O que é interdisciplinaridade na educação?

interdisciplinaridade na educação

O pluralismo de saberes no processo de ensino e aprendizagem requer necessariamente a consolidação da interdisciplinaridade na educação. Em um mundo no qual o conhecimento se dinamiza e se multiplica constantemente, essa iniciativa é cada vez mais urgente.

Neste artigo, você conhecerá tudo sobre a educação interdisciplinar: o conceito, a diferença para a transversalidade, a abordagem na BNCC e a aplicação prática na escola. Assim, continue com a leitura para conferir.

O que é a interdisciplinaridade na educação?

Primeiramente, podemos definir como “interdisciplinaridade” o intercâmbio entre as diferentes áreas do conhecimento (disciplinas) na prática pedagógica. Ou seja, nos referimos a um princípio em que as matérias escolares se complementam e preservam o seu mérito educacional.

Essa abordagem é bastante frutífera pois, de certa forma, podemos dizer que o mundo é interdisciplinar, como mencionamos anteriormente. Cada tema de destaque na nossa realidade tem diferentes perspectivas acerca de sua existência. Sobretudo, é problemático compartimentalizar rigidamente os conteúdos em disciplinas como no modelo educacional tradicional. Ao contrário, é importante que o conhecimento ensinado na escola tenha contexto, significado, reflexão e aplicação.

Dessa maneira, o ensino interdisciplinar oferece uma experiência que perpassa as diferentes disciplinas na escola. Nesse sentido, isso deve ser feito sob uma perspectiva plural, flexível e democrática, por meio de aulas engajadas e dispostas a exercitar habilidades como o pensamento crítico, a cooperação (trabalho em equipe) e a capacidade de solução de problemas.

A saber, o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) é um exemplo de prova interdisciplinar. Logo, ele agrega todas as disciplinas em quatro áreas do conhecimento e exige que o estudante tenha uma visão abrangente das matérias a fim de interpretar todas as questões cobradas pelos examinadores.

Interdisciplinaridade X transversalidade

Ademais, cabe ressaltar também as semelhanças e as diferenças entre interdisciplinaridade e transversalidade. Desde já, ambos os princípios são holísticos e plurais, pois visam um ensino desfragmentado e diferente do modelo tradicional.

Contudo, enquanto a interdisciplinaridade consiste na articulação das disciplinas, a transversalidade diz respeito aos conteúdos curriculares abordados nas diversas áreas do conhecimento como eixos organizadores da aprendizagem.

Assim, essa última agrega temas que não se conectam especificamente com nenhuma disciplina, mas atravessam todas elas. A título de exemplo, podemos citar o tópico do meio ambiente. Acima de tudo, os temas transversais representam questões de interesse social para a população.

Interdisciplinaridade na BNCC

A Base Nacional Curricular Comum (BNCC) contempla o princípio da interdisciplinaridade na educação, principalmente por meio do conceito de “competência”. Segundo o documento:

“Competência é definida como a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho” (BNCC, p. 8).

Dessa forma, toda a base curricular se estrutura a partir do conceito de competência. No documento, existem dez competências gerais da educação básica e também competências específicas para cada área do conhecimento e para cada uma das séries. Logo, a BNCC privilegia uma abordagem de ensino com conteúdos articulados:

“Assim, a BNCC propõe a superação da fragmentação radicalmente disciplinar do conhecimento, o estímulo à sua aplicação na vida real, a importância do contexto para dar sentido ao que se aprende e o protagonismo do estudante em sua aprendizagem e na construção de seu projeto de vida” (BNCC, p. 15).

Como aplicar esse conceito na escola?

Adiante, vale a pena mencionar exemplos da aplicação prática da interdisciplinaridade na educação. Desse modo, o objetivo de superar a barreira tradicional das disciplinas escolares só se concretiza a partir de estratégias pedagógicas que envolvam os estudantes por meio de uma aprendizagem significativa.

Logo, a aprendizagem baseada em projetos, a qual é uma importante metodologia ativa, surge como uma excelente opção de construção de projeto interdisciplinar. Além disso, ela é bastante atrativa para os estudantes, pois eles teriam a possibilidade de exercitar a capacidade de pesquisa e de interação com os outros colegas.

Entretanto, há de se ressaltar a responsabilidade da escola para que a interdisciplinaridade ocorra com êxito. Assim, é essencial que a instituição desenvolva um currículo adaptado para essa atividade e organize o seu planejamento, com os recursos didáticos, tecnológicos e a capacitação docente adequada.

Em relação ao professor, ele precisa estabelecer uma atividade didática que ao mesmo tempo favoreça a autonomia do aluno e também discuta o conhecimento em sala de aula. Isso pode ser feito por meio dessa sequência:

1) apresentação inicial da proposta;
2) organização dos grupos;
3) seleção dos temas;
4) período de pesquisa e montagem do trabalho interdisciplinar, com apoio do professor;
5) seminário e explicação dos trabalhos em sala de aula;
6) discussão dos temas entre os alunos.

Exemplo de atividade

Por fim, deixamos aqui um exemplo prático de aplicação da interdisciplinaridade na educação. Nesse sentido, a ideia seria orientar os alunos a desenvolverem um projeto em grupo sobre as relações de trabalho na sociedade. Logo, a integração do conteúdo das disciplinas nessa temática poderia ocorrer sob o seguinte arranjo:

  • evolução da legislação trabalhista no Brasil (história);
  • impacto da globalização sobre o mercado de trabalho (geografia);
  • estatísticas brasileiras sobre emprego e desemprego (matemática);
  • influência das tecnologias sobre o trabalho (ciências).

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