Como desenvolver a autonomia estudantil na escola

autonomia estudantil

Poucas coisas são tão urgentes na educação quanto a necessidade de trabalhar a autonomia estudantil na escola. A realidade no século XXI demanda alunos que saibam pensar por conta própria e agir positivamente em seu contexto de forma proativa.

Veja a seguir neste artigo o que exatamente é essa capacidade, como ela é abordada na BNCC, como ela pode ser aplicada na escola e se existe algum exemplo prático de resultado positivo oriundo da sua implementação. Prossiga com a leitura para descobrir.

O que é autonomia estudantil?

Primeiramente, denomina-se “autonomia” a capacidade de agir e pensar de forma independente, com consciência da situação. Esse significado tem uma aplicação mais profunda no âmbito educacional, pois indica a habilidade do aluno em buscar o conhecimento por conta própria, se desenvolver, descobrir o mundo e aprender novas informações.

A educação tradicional tem como característica o professor no centro do processo de ensino e aprendizagem. Nesse modelo, o aluno tem uma função passiva, cabendo-lhe absorver o conteúdo passado pelo docente. Evidentemente, essa abordagem não estimula o desenvolvimento da autonomia nos estudantes.

Para isso, é necessária uma aprendizagem centrada no aluno, cujas metas principais sejam trabalhar as suas habilidades, instigá-lo a buscar o conhecimento e prover as experiências essenciais que ele precisa para a vida adulta, a fim de que se torne um cidadão autônomo e consciente de suas decisões.

BNCC

A autonomia estudantil é um princípio que perpassa toda a Base Nacional Curricular Comum (BNCC). Por exemplo, das dez competências gerais da educação básica presentes no documento, pelos menos quatro tem ligação com esse ideal, ao passo que as outras seis a abordam indiretamente:

  • estimular os estudantes a aprender continuamente os conhecimentos e transformar positivamente a realidade (Competência 1);
  • instigá-los a utilizar as tecnologias digitais para exercer protagonismo na vida (Competência 5);
  • vincular a autonomia com a necessidade de valorizar a diversidade cultural em prol de uma atitude cidadã (Competência 6);
  • sugerir que ajam de forma autônoma e ética, tanto individual quanto coletivamente (Competência 10).

O princípio do estudante como um elemento ativo na educação também faz parte da filosofia da BNCC. Podemos mencionar aqui: a defesa da autonomia para lidar criticamente com os conhecimentos; a independência política, intelectual e profissional; o estímulo a uma atitude empreendedora (p. 463-466).

Façamos um parêntese especial sobre o tema da independência intelectual. Um aluno verdadeiramente autônomo deve ser capaz de formular as suas próprias opiniões de forma embasada e chegar a conclusões sem intervenções externas desnecessárias. Certamente, isso o preparará para a vida em situações como discussões, debates e formulação de projetos, aspectos que estão integralmente considerados na BNCC.

Nesse sentido, a leitura surge como um instrumento fundamental que tornará o estudante mais crítico e articulado. Encorajá-lo a adquirir o hábito de ler livros e a desenvolver uma preferência por algum estilo literário é um caminho seguro para que ele trilhe a própria independência.

Como desenvolver esses princípios nos alunos

Há de se ter o cuidado para esse ideal não virar uma abstração e um conjunto de belas palavras sem consequências práticas. Então, é importante definirmos ferramentas educacionais concretas que possam ser trabalhadas nas escolas.

Preferencialmente, deve-se implementar isso desde cedo, já na etapa da educação infantil. Dessa forma, as crianças precisam ser estimuladas a ter iniciativa, fazer as próprias escolhas, ter autoestima e serem independentes, na medida do possível. Essas capacidades também devem ser encorajadas pela família, que sempre precisa ser uma grande aliada da escola.

Para atingir esse objetivo, pode-se empregar brincadeiras instrutivas em ambientes de aprendizagem adaptados para as capacidades das crianças. Nesse sentido, o ensino lúdico tem a grande vantagem de tornar a educação prazerosa e natural para os alunos. Porém, cabe aqui um alerta. O profissional responsável não deve controlar excessivamente os rumos da atividade, sob o risco de prejudicar o desenvolvimento da autonomia estudantil.

Posteriormente, no ensino fundamental e no ensino médio, a melhor ferramenta para implementar essa filosofia educacional são as metodologias ativas. Elas proporcionam uma pedagogia baseada na inovação e na independência dos alunos, com as quais eles conseguirão aprender o conteúdo por conta própria (mas orientados por um professor caso surja a necessidade) e de uma maneira dinâmica e interessante.

A autonomia estudantil em Guaxupé

Já existem exemplos concretos de como isso pode melhorar a educação. A cidade mineira de Guaxupé criou um excelente projeto de estímulo à autonomia estudantil e democratização da escola. Em 2000, a secretaria municipal de educação da cidade aderiu ao Projeto Formação de Recursos Humanos para Implantação (PROEPE) formulado pela UNICAMP. Assim, a partir desse apoio, a prefeitura passou a implementar um modelo pedagógico disposto a concretizar a ideia de uma escola democrática.

Nesse projeto, as escolas de Guaxupé que adotaram o programa incentivam os alunos a participar de algumas decisões que afetam a rotina escolar. Assim, os estudantes votam em assembleias, discutem os horários e quais serão as atividades, além de opinar sobre o cardápio do refeitório e também ter mais liberdade para ir ao banheiro durante as aulas, sem precisar pedir para o professor. Os resultados dessa política são bastante positivos. A indisciplina entre os alunos diminuiu drasticamente, ao passo que a convivência e a integração entre professores, estudantes e equipe escolar se fortaleceram.

Logo, a capacidade autônoma dos alunos e o seu senso de responsabilidade são focos diários de atenção, o que os leva a desenvolver de maneira progressiva a consciência de que são responsáveis pelo seu próprio destino e precisam agir de forma construtiva para alcançar os seus objetivos.

Por fim, você pôde conferir neste artigo como a autonomia estudantil consegue revolucionar a educação e fazer com que os alunos tenham um melhor conhecimento e um melhor controle sobre a própria vida. Principalmente, agora você também sabe que a escola tem um papel essencial nesse processo e pode contribuir para o desenvolvimento de indivíduos independentes, conscientes e engajados.

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