Pisa: guia completo sobre o exame

Pisa

A qualidade dos sistemas educacionais no Brasil e no mundo é avaliada por indicadores internacionais como a prova do Pisa.

Neste artigo, você vai conferir o que é este exame, como funciona a sua prova, quais as competências exigidas e qual foi o desempenho do Brasil no ranking dos países. Logo, continue com a leitura para descobrir.

Pisa: programa internacional

De antemão, esta sigla se refere ao Programme for International Student Assessment (em português, Programa Internacional de Avaliação de Estudantes). Criado em 1997, ele é uma avaliação educacional internacional coordenada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Sobretudo, ele é um exame trienal que mede o desempenho de alunos de 15 anos em diferentes áreas do conhecimento, tais como leitura, matemática e ciências. A cada edição, uma dessas três áreas tem uma maior ênfase e abarca o maior número de questões.

Em suma, o programa tem como objetivo fornecer informações sobre os sistemas educacionais de diferentes países. Desse modo, ele permite a comparação do desempenho educacional entre as nações e oferece insights sobre as melhores práticas em educação. Os resultados do exame são amplamente divulgados e podem influenciar políticas educacionais e reformas pelo mundo. Inclusive, ele existe como referência para o atual Plano Nacional de Educação (PNE) no Brasil, explícito na descrição da Meta 7.

Contudo, o exame avalia não apenas o conhecimento dos estudantes, mas também suas habilidades para aplicá-lo em situações do mundo real. Assim, ele existe para avaliar a capacidade dos alunos de resolver problemas complexos, pensar criticamente e comunicar suas ideias de forma eficaz.

O Exame

Ademais, a prova do Pisa funciona principalmente por meio de questões de múltipla escolha que versam sobre matemática, leitura e ciências. Porém, também constam questões de livre-resposta e questionários. Ela é elaborada por especialistas internacionais em educação e submetida ao comitê da OCDE para aprovação. Em suma, o exame contém um equilíbrio entre questões fáceis, médias e difíceis, as quais abordam um tema específico a cada edição trienal, a ser concluída em um período de duas horas.

O exame é de modelo qualitativo, com base na Teoria da Resposta ao Item (como no ENEM). Então, estabelece-se um padrão de referência para as competências exigidas nas três áreas, sem nota mínima ou máxima e considerando a dificuldade das questões. Adiante, a prova é feita em uma escala de distribuição normal de aproximadamente 500 pontos, com desvio variável de 100 pontos.

Além disso, a OCDE classifica os países a partir de níveis técnicos que variam de 1 a 6, da pior à melhor nota. Como valor padrão, estabeleceu-se que o nível 2 é o patamar mínimo de proficiência adequada para uma competência. A saber, cada diferença de 35 pontos na nota equivale aproximadamente a um ano de atraso educacional de um país em relação a outro.

Aplicação no Brasil

No exame de 2018, o levantamento abarcou o desempenho de 600.000 estudantes em 79 países. No Brasil, foram avaliadas 597 escolas públicas e privadas, o que representou um conjunto de 10.961 alunos escolhidos de forma amostral de um total aproximado de 2 milhões de estudantes. Igualmente, cerca de 7.000 professores responderam questionários. A avaliação foi aplicada de forma eletrônica pelo Inep.

Todavia, vale ressaltar que as instituições de ensino devem comprovar requisitos mínimos definidos pela OCDE para participar da prova. Além da seleção de alunos com 15 anos, é obrigatório que tenham ao menos 6 anos de escolarização formal, estejam ao menos no 7º ano do ensino fundamental e estudem em escolas com infraestrutura adequada à realização do exame (como a posse de computadores).

Competências

Enfim, a OCDE divulga o quadro referencial para as três áreas do conhecimento avaliadas pelo Pisa. Atualmente, considera-se que o rendimento máximo na prova se relaciona ao domínio das seguintes competências:

  • Leitura: capacidade de compreender, utilizar, avaliar, refletir sobre e se engajar com textos para alcançar os próprios objetivos, desenvolver o conhecimento, o potencial e participar da sociedade.
  • Matemática: capacidade de formular, empregar e interpretar a matemática em contextos variados, tais como no raciocínio, assim como utilizar conceitos, procedimentos, fatos e ferramentas para descrever, explicar e prever fenômenos.
  • Ciências: habilidade de se engajar com assuntos científicos e ideias sobre ciência como um cidadão reflexivo, assim como praticar um discurso racional sobre a tecnologia, explicar fenômenos cientificamente, avaliar, formular pesquisas científicas, interpretar dados e evidências.

Desempenho do Brasil

Infelizmente, o Brasil está em um patamar baixo de desempenho educacional no Pisa. No último levantamento, o país angariou a 57ª colocação no campo da leitura, a 66ª em ciências e 70ª em matemática. A propósito, segundo pesquisa realizada pela FGV em 2023, o Brasil deixa de ganhar cerca de 2 pontos percentuais anuais em seu Produto Interno Bruto (PIB) por causa deste atraso na educação.

Logo, vejamos agora a média de cada um destes segmentos e a sua evolução em relação aos últimos exames. De fato, pode-se observar uma estagnação prática em todas as áreas avaliadas.

Matemática

A média dos países detectada no exame de matemática para a OCDE em 2018 foi de 489, valor que passou longe do atual e dos últimos resultados brasileiros:

  • 2012: 389.
  • 2015: 377.
  • 2018: 384 (Nível 1).

Leitura

Adiante, a média mundial no campo da leitura no levantamento de 2018 foi de 487, o que contrasta com o desempenho do Brasil. Porém, é fato que o país se encontra em um posicionamento melhor nesta área quando comparamos com os outros segmentos. Afinal, ele se encontra em um nível acima no ranking, já no patamar considerado minimamente aceitável pela OCDE:

  • 2012: 407.
  • 2015: 407.
  • 2018: 413 (Nível 2).

Ciências

Por outro lado, a média da OCDE para o campo de ciências em 2018 foi de 489, ou seja, um número distante da nota brasileira:

  • 2012: 402.
  • 2015: 401.
  • 2018: 404 (Nível 1).

Ranking Pisa 2018

Ademais, é sempre importante identificar quais são os países com os melhores índices educacionais do mundo, a fim de servir como referência. Dessa forma, confira agora o ranking das nações segmentado em cada área do conhecimento avaliada. Além disso, perceba que os dez primeiros colocados atingiram um desempenho superior à média mínima da OCDE.

Matemática

1) China: 591 (Nível 4).
2) Singapura: 569 (Nível 4).
3) Macau: 558 (Nível 4).
4) Hong Kong: 551 (Nível 4).
5) Taiwan: 531 (Nível 3).
6) Japão: 527 (Nível 3).
7) Coreia do Sul: 526 (Nível 3).
8) Estônia: 523 (Nível 3).
9) Holanda: 519 (Nível 3).
10) Polônia: 516 (Nível 3).
70) Brasil: 384 (Nível 1).

Leitura

1) China: 555 (Nível 4).
2) Singapura: 549 (Nível 3).
3) Macau: 525 (Nível 3).
4) Hong Kong: 524 (Nível 3).
5) Estônia: 523 (Nível 3).
6) Canadá: 520 (Nível 3).
7) Finlândia: 520 (Nível 3).
8) Irlanda: 518 (Nível 3).
9) Coreia do Sul: 514 (Nível 3).
10) Polônia: 512 (Nível 3).
57) Brasil 413 (Nível 2).

Ciências

1) China: 590 (Nível 4).
2) Singapura: 551 (Nível 3).
3) Macau: 544 (Nível 3).
4) Estônia: 530 (Nível 3).
5) Japão: 529 (Nível 3).
6) Finlândia: 522 (Nível 3).
7) Coreia do Sul: 519 (Nível 3).
8) Canadá: 518 (Nível 3).
9) Hong Kong: 517 (Nível 3).
10) Taiwan: 516 (Nível 3).
66) Brasil: 404 (Nível 1).

Conclusão

A pandemia atrasou o cronograma do atual Pisa, que deveria ter sido realizado em 2021. A saber, a coleta de dados da prova ocorreu em 2022, mas os resultados ainda não foram divulgados.

Por fim, o comitê educacional da OCDE planeja modernizar o exame nos próximos levantamentos. Ao passo que o foco da prova de 2025 será no campo das ciências, ela também avaliará habilidades educacionais do século XXI, tais como conhecimento financeiro, pensamento criativo, letramento digital e proficiência em língua estrangeira.

Assim, a tendência é que este indicador se torne cada vez mais preciso no que se refere a verificar o grau de atraso educacional dos países, assim como apontar as melhores experiências em educação a serem seguidas.

Gostou deste artigo? Então, confira também o nosso conteúdo produzido sobre o IDEB, que é outro indicador fundamental para a educação.

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