Os gêneros musicais do Brasil são elementos definidores da nossa identidade cultural. Afinal, a música está intimamente ligada à nossa história e ao nosso modo de viver.
Neste resumo, você vai conferir a sua importância e quais são os seus principais representantes. Logo, continue com a leitura para descobrir.
Quais são os gêneros musicais do Brasil?
A música brasileira tem uma riqueza cultural fundada em sua grande diversidade. Assim, existem vários gêneros musicais que compõem o nosso repertório artístico. Cada um deles possui a sua história, as suas características e as suas influências culturais.
Além disso, o conhecimento dos gêneros musicais brasileiros é essencial para os estudantes reforçarem o seu repertório sociocultural. Inclusive, eles são frequentemente abordados em provas e vestibulares como o ENEM.
A seguir, preparamos uma lista dos gêneros mais populares no Brasil, com uma descrição do estilo e os seus principais artistas. A saber, é importante apontar que selecionamos as categorias mais experimentadas no país, sem juízo de valor. Logo, não abordaremos todas as centenas de subgêneros musicais existentes e os seus cantores, procedimento que poderemos fazer progressivamente no futuro.
Rock
Primeiramente, o rock é um dos gêneros musicais do Brasil que mais tem influência estrangeira sobre o seu estilo (especialmente a americana e a inglesa). Porém, é fato que ele agregou diversas características próprias ao nosso país ao longo da história.
Ao passo que o “rock and roll” se popularizou na década de 1950 nos Estados Unidos com nomes como Elvis, Chuck Berry e Little Richard, esse gênero se consolidou no Brasil principalmente nas décadas de 1960 e 1970. Podemos citar Raul Seixas, Secos e Molhados, os Mutantes e os cantores da Jovem Guarda como expoentes desse período.
Em suma, esses artistas utilizaram o estilo roqueiro americano com base na guitarra elétrica e em letras provocadoras. Por outro lado, eles o fundiram com elementos da cultura brasileira como o samba, o baião e o maracatu. Sobretudo, eles versavam sobre a realidade social e política do país, assim como retratavam situações familiares e do cotidiano em suas músicas.
Posteriormente, o rock brasileiro passou por uma renovação nas décadas de 1980 e 1990 a partir das influências do punk rock, do heavy metal e da New Wave. Então, bandas como Legião Urbana, Titãs, Paralamas do Sucesso, Charlie Brown Jr, Barão Vermelho, Angra, Skank, Capital Inicial, Sepultura e Raimundos ganharam bastante espaço na mídia e foram uma das principais formas de expressão da juventude brasileira. Os temas cantados nessas músicas se tornaram mais questionadores, com referências a questões como o racismo, a democracia, a desigualdade social, a violência urbana e a legalização da maconha.
Atualmente, o rock brasileiro continua sendo uma forma pioneira de expressão. Logo, ele reúne artistas diversos como Scalene, Vivendo do Ócio, Pense, Supercombo, Vanguart e Boogarins, os quais exploram novas sonoridades e temáticas em suas músicas.
Sertanejo
A música sertaneja, também conhecida como música caipira, é um gênero musical que tem as suas raízes na cultura rural e do interior do Brasil. Ademais, a sua história remonta ao início do século XX, quando cantores caipiras começaram a se apresentar em festas e feiras nas zonas rurais do país.
Na década de 1950, artistas como Tonico e Tinoco, Tião Carreiro e Pardinho, Vieira e Vieirinha, Inezita Barroso e Mazzaropi se destacaram pelo uso da viola caipira, do acordeão e de instrumentos de percussão para reproduzir canções que falavam sobre a vida no campo.
Porém, foi nos anos 1970 e 1980 que o sertanejo se tornou um dos gêneros musicais do Brasil com maior popularidade. Esse fenômeno ocorreu a partir de um redirecionamento dos temas musicais, agora com foco no amor e com arranjos mais sofisticados. Por exemplo, os cantores Chitãozinho e Xororó, Zezé di Camargo e Luciano, João Paulo e Daniel e Leandro e Leonardo são artistas representantes desse momento.
Certamente, esse gênero musical passou por outra renovação no século XXI com a consolidação do “sertanejo universitário”. Doravante, as canções sertanejas passaram a misturar elementos da música caipira com o pop, o rock, a música eletrônica e o forró, com foco em temas como relacionamentos.
Artistas como Jorge e Mateus, João Bosco e Vinícius, Luan Santana, Michel Teló, Maiara e Maraísa, Marília Mendonça e Gusttavo Lima se tornaram populares em todo o país e ajudaram a difundir ainda mais o gênero para além do público do interior do Brasil. Igualmente, eles colaboraram para expandir a simpatia da juventude por esse estilo, especialmente por proporcionarem uma experiência musical mais “animada” para os seus ouvintes, com canções energizantes e de fácil assimilação.
Samba
Adiante, o samba é um dos gêneros musicais do Brasil com maior impacto sobre a nossa identidade cultural. Estabelecido com raízes evidentes na cultura de origem africana, ele é reconhecido pela sua “batida” animada e o ritmo marcante de instrumentos como o pandeiro, o surdo, o cavaco e o violão.
A saber, esse gênero apareceu em ambientes informais, como as rodas de samba que aconteciam nas casas de candomblé e nas comunidades afrodescendentes do Rio de Janeiro. No início do século XX, ele surgiu como uma expressão cultural dos negros e dos pobres. Assim, as suas letras falavam sobre o cotidiano nas favelas, o amor, a saudade e a alegria de viver.
Nos anos 1920, o samba se tornou mais conhecido no Brasil, com o sucesso de músicas como “Pelo Telefone”, considerada a primeira música gravada nesse estilo, e com a inauguração da escola de samba Mangueira. Nessa época, o samba passou a ser tocado em rádios e teatros, e a se popularizar em todo o país. Nas décadas posteriores, nomes como Noel Rosa, Cartola, Dorival Caymmi e Ary Barroso consolidaram essa popularização para além do Rio de Janeiro.
Ao longo do século XX, esse gênero musical foi cada vez mais associado à música tocada nos carnavais brasileiros, especialmente o festival realizado na Sapucaí. Desde então, surgiram diferentes estilos de samba, tal como o partido alto, o de breque, o samba-enredo, o sincopado, dentre outros. Esse movimento foi protagonizado por artistas como Zeca Pagodinho, Alcione, Arlindo Cruz, Jorge Aragão, Martinho da Vila, Beth Carvalho, Clara Nunes, Bezerra da Silva e Paulinho da Viola, dentre outros.
Bossa Nova
Por outro lado, a Bossa Nova é um gênero musical brasileiro das décadas de 1950 e 1960, com foco na cidade do Rio de Janeiro. Ela é uma mistura de samba e jazz, com um ritmo mais suave e melódico.
Sobretudo, a Bossa Nova é caracterizada por suas harmonias complexas e sofisticadas, que muitas vezes incluem acordes incomuns e progressões harmônicas inesperadas. As suas letras são frequentemente poéticas e contemplativas ao abordar temas como amor, saudade e vida urbana.
Enfim, os artistas mais conhecidos da Bossa Nova são João Gilberto, Tom Jobim, Vinicius de Moraes e Nara Leão. O álbum “Chega de Saudade” de João Gilberto, lançado em 1959, é frequentemente citado como o marco zero da Bossa Nova e tem repercussão internacional. Igualmente, a canção “Garota de Ipanema” (1962) de Vinícius e Tom é um grande referencial desse movimento.
MPB
A Música Popular Brasileira (MPB) é um dos mais ecléticos gêneros musicais do Brasil. Portanto, ela engloba uma grande variedade de estilos e influências, como samba, bossa nova, rock, pop, jazz, entre outros.
Esse gênero musical se desenvolveu no Brasil a partir da década de 1960 e surgiu como uma forma de reação à música comercial que dominava as rádios e as gravadoras na época. Além disso, ele era visto como uma maneira de valorizar a cultura brasileira e a arte de qualidade. Assim, a MPB teve artistas como Chico Buarque, Milton Nascimento, Elis Regina, Gilberto Gil, Djavan, Caetano Veloso, Zé Ramalho e muitos outros, os quais introduziram novos elementos musicais e poéticos no cenário musical brasileiro.
Em suma, a MPB versava sobre temas como o regionalismo, o intelectualismo e a crítica à ditadura instaurada em 1964. Nesse sentido, a utilização do violão era predominante para caracterizar a sonoridade das suas canções.
Pagode
O pagode é um gênero musical brasileiro que surgiu no final da década de 1970 e se popularizou na década de 1980. Nesse sentido, ele é uma mistura de samba com outros estilos musicais, como o funk, o soul e o reggae. O ritmo do pagode é marcado pelo uso do surdo, do tamborim e do cavaquinho, além de outros instrumentos de percussão.
Esse gênero musical surgiu como uma forma de revitalizar o samba tradicional, com a introdução de novos elementos musicais e uma abordagem mais dançante e festiva. As letras do pagode geralmente falam sobre o amor, a paixão, a alegria, a vida cotidiana e são marcadas pela linguagem simples e direta. Dentre os vários artistas de renome neste gênero, podemos citar:
- Fundo de Quintal;
- Nei Lopes;
- Raça Negra;
- Molejo;
- Só Pra Contrariar;
- Exaltasamba;
- Harmonia do Samba.
Forró
Quando falamos a respeito dos gêneros musicais do Brasil, não podemos deixar de mencionar o forró. Ele é um estilo de música popular do Nordeste brasileiro com uma batida animada, dançado em pares e bastante celebrado em festas juninas.
O forró surgiu no início do século XX. Influenciado por elementos culturais nordestinos como o baião, o xaxado, o xote e o coco, ele é caracterizado pelo uso de instrumentos tradicionais como a sanfona, o triângulo e a zabumba.
Além disso, o forró frequentemente aborda letras que falam sobre a vida no sertão, a cultura nordestina, o amor e a paixão. O gênero se popularizou em todo o Brasil a partir da década de 1940, e passou por diversas transformações e influências musicais ao longo do tempo. Logo, ele se divide em vários estilos regionais, como o pé de serra, o eletrônico, o universitário e o estilizado, cada um com suas características próprias. Atualmente, o forró continua a evoluir e se reinventar, com novas misturas musicais e influências de outros gêneros, como o pop e o rock.
Na história do forró, é necessário destacar a importância dos seguintes artistas: Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Jackson do Pandeiro, Frank Aguiar, Falamansa, Ary Lobo, Genival Lacerda, Mastruz com Leite, Rastapé e Wesley Safadão.
Rap
O rap brasileiro é um subgênero da música rap que se desenvolveu no Brasil a partir da década de 1980. Então, inspirado pelo gênero americano, ele agrega o uso de letras no estilo “flow rimado” que abordam temas sociais e políticos como a violência, a pobreza, a desigualdade social e o racismo.
Igualmente, o rap é influenciado por gêneros musicais brasileiros como o reggae, o funk e o hip-hop. Em muitas vezes, ele apresenta elementos musicais que incorporam a cultura brasileira, como o uso de instrumentos percussivos, de cordas e boombox, frequentemente liderados por cantores conhecidos como MCs e DJs.
O rap brasileiro teve um grande impacto na música brasileira e na cultura hip-hop no Brasil, o que ajudou a criar um movimento cultural que se espalhou pelo país. Vários artistas de rap brasileiros alcançaram sucesso comercial e crítico como Racionais, Criolo, Emicida, MV Bill, Sabotage, Thaíde, Gabriel o Pensador, Djonga, Baco Exu do Blues, dentre outros.
Hoje em dia, o rap é uma das formas mais populares de música no Brasil, especialmente entre jovens de áreas urbanas e periféricas.
Axé
Em seguida, outro gênero musical do Brasil que tem grande ascendência sobre o carnaval é o axé. Ele é um estilo de música dançante oriundo da Bahia e conhecido por seu ritmo animado marcado pela percussão do atabaque, do surdo e do agogô.
Inicialmente desenvolvido na década de 1980 e de raízes africanas, ele tem como inspirações diversos ritmos e tradições musicais como o samba, o frevo, o maracatu, o reggae e o ijexá. Em suma, ele agrega letras que celebram a alegria, o amor, a festa e a cultura baiana. O gênero se tornou popular em todo o Brasil a partir da década de 1990, especialmente durante o Carnaval, onde se observam músicas de axé em trios elétricos, blocos e festas de rua. O axé teve vários artistas de destaque ao longo dos anos, como:
- Ivete Sangalo;
- Asa de Águia;
- Claudia Leitte;
- Daniela Mercury;
- Chiclete com Banana;
- Margareth Menezes;
- Carlinhos Brown.
Funk
O funk é um estilo de música eletrônica que se desenvolveu no Rio de Janeiro na década de 1960. A saber, ele tem batidas fortes e letras que falam sobre a vida nas favelas da cidade.
Contudo, é fato que ele tem como inspiração o movimento phunk nos Estados Unidos, além de misturar ritmos como o soul, R&B, jazz e música latina. No Brasil, o funk tem como característica o uso de batidas eletrônicas, com forte presença de baixos graves e letras que falam sobre festas, amor, sexo, ostentação e o cotidiano das comunidades urbanas.
Enfim, o funk se tornou um dos gêneros mais populares entre os jovens brasileiros, especialmente nas periferias das grandes cidades. Além disso, ele também é uma forma de expressão cultural das camadas mais populares da sociedade brasileira. Portanto, vários funkeiros se tornaram famosos e influentes, como Anitta, Ludmilla, MC Kevinho, MC Marcinho, Bonde do Tigrão, Tati Quebra-Barraco, dentre outros.
Pop
Por fim, o último dos gêneros musicais do Brasil nesta lista é o pop. Esse estilo surgiu na década de 1950, em consonância com a MPB e influenciado pela música internacional. Porém, o pop possui letras simples e cativantes, assim como com melodias que podem variar entre diversos subgêneros, com foco na utilização da música eletrônica e de performances expressivas nos palcos.
A música pop brasileira tem como objetivo agradar um público amplo e recebe a influência de diversos gêneros musicais, tanto nacionais quanto internacionais. Ao longo dos anos, ela teve vários artistas de destaque como Roberto Carlos, Tim Maia, Elis Regina, Marisa Monte, Lulu Santos, entre outros. Ademais, o pop brasileiro tem sido um importante veículo para a difusão da cultura do Brasil no mundo. Alguns artistas contemporâneos deste gênero incluem Anitta, Ludmilla, Luísa Sonza, Manu Gavassi, Pabllo Vittar, IZA, dentre outros.
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