Existem diversos métodos de alfabetização utilizados na educação infantil. Assim, aprender a ler e a escrever é um processo complexo que requer muito preparo do educador e apoio da escola e da família.
Neste artigo, você vai conferir o que é alfabetizar e a descrição dos métodos alfabetizadores com suas subdivisões, além de uma reflexão sobre qual é a melhor opção. Logo, continue com a leitura para descobrir.
Métodos de alfabetização
Em primeiro lugar, a criança já desenvolve habilidades e conhecimentos úteis para este processo antes de ingressar na educação infantil. Assim, ela já é capaz de reconhecer sons quando é bebê; aos 2 anos, já domina fonemas que compõem mais de 50 palavras; aos 3 anos, já aprendeu diversas letras do alfabeto. Formalmente, a alfabetização começa a ser estimulada na pré-escola e é desenvolvida nos anos iniciais do ensino fundamental, nos quais o aluno tem por volta de seis anos.
De fato, cabe aqui fazer uma distinção entre alfabetização e letramento: operações complementares, mas distintas. Alfabetizar é ensinar o aluno a decodificar o alfabeto do idioma e os seus sons, assim como dominar o conjunto de conhecimentos necessários para a prática da leitura e da escrita. Por outro lado, o letramento é um processo de interpretação da leitura, ou seja, a expressão social da capacidade de ler e escrever por meio das diversas práticas sociais.
Enfim, esse processo não envolve somente aprender a ler e a escrever. Em suma, ele também desenvolve as habilidades de compreensão de significados, interpretação de contextos, valorização de experiências cognitivas, aquisição de autonomia e reflexão crítica. Então, veja a seguir quais são os principais métodos alfabetizadores.
Sintéticos
Primeiramente, os métodos sintéticos ressaltam os aspectos linguísticos do letramento, sejam eles gráficos ou sonoros. Dessa maneira, a depender de cada um, inicia-se o processo a partir de unidades fundamentais: a letra, o fonema ou a sílaba. Veja a seguir os três principais.
1) Alfabético
A saber, este é o método mais tradicional, com origens milenares na Antiguidade, no qual a criança aprende o nome das letras e depois pratica a soletração para formar palavras. É o famoso e antigo “beabá”. Focado em memorização, ele utiliza frequentemente cartilhas e silabários.
2) Fônico
Este modelo tem o fonema como unidade elementar. Criado na França e na Alemanha nos séculos XVI e XVII, ele teve como expoentes iniciais autores como Pascal, Ickelsamer e Vallange. Portanto, este método consiste no foco na aprendizagem da sonoridade de todas as letras, a qual se inicia com os sons mais fáceis para depois abordar os mais difíceis.
Aqui, as vogais são aprendidas antes das consoantes. Desse modo, a criança só tem contato prático com as sílabas e as palavras em um momento posterior. A saber, o método fônico costuma empregar poemas e músicas infantis. Sobretudo, a atual Política Nacional de Alfabetização (PNA) do governo federal enfatiza o método fônico a partir de cinco pilares:
- desenvolvimento de vocabulário;
- consciência fonêmica;
- compreensão de textos;
- instrução fonética sistemática;
- fluência na leitura oral.
3) Silabado
Adiante, a sílaba (consoante + vogal) é a unidade elementar nesse modelo. Ela é aprendida em primeiro lugar e só depois se passa para as palavras e as frases. Sobretudo, o método silabado tem como base livros com sílabas associadas a imagens e palavras-chave.
Analíticos
Enfim, os métodos analíticos de alfabetização privilegiam o contexto e o significado das palavras antes da sua escrita ou pronúncia. Descubra agora os quatro mais utilizados.
1) Palavrado
Segundo esse modelo, a criança consegue entender o significado de uma palavra sem necessariamente decompô-la. Assim, somente após ela memorizar uma quantidade razoável de palavras e formar um repertório é que se passaria para o ensino das sílabas.
2) Sentenciado
A alfabetização se inicia a partir de uma frase ou uma sentença da qual a criança deve compreender o seu significado. Em seguida, ela começa a trabalhar com sílabas e palavras. Nesse sentido, o método sentenciado tem como características a oralidade e o manuseio constante de cartolinas repletas de frases.
3) Global
Esse modelo utiliza contos e o contato precoce com textos. Dessa forma, o processo alfabetizador começa com a palavra para depois prosseguir com as sílabas e os sons das letras. Nesse sentido, a leitura é um processo de interpretação de ideias e a análise dos seus símbolos só deve ser realizada em um momento posterior.
Ao longo da modernidade, o método global se desenvolveu a partir do trabalho de diferentes pesquisadores, tais como Claparède, Renan, Comênio e Nicolas Adams.
4) Construtivista
Essa abordagem leva em consideração as fases do desenvolvimento psicológico da criança. Assim, a alfabetização não é padronizada, pois o educador monta as suas aulas a partir do contexto e das possibilidades de cada aluno. Aqui, o professor é mediador e construtor do conhecimento, não instrutor.
Dessa maneira, o construtivismo valoriza a experiência escrita adquirida em casa, mesmo que primitiva. Por isso, estimula os alunos a experimentar e produzir pequenos textos ricos em significado. A saber, as maiores expoentes deste método foram as educadoras Emilia Ferreiro e Ana Teberosky.
Caminho Suave
Sobretudo, é importante enfatizar a importância da cartilha “Caminho Suave” (1948) da pedagoga Branca Alves de Lima. A título de informação, ela serviu como método oficial alfabetizador do governo federal brasileiro na segunda metade do século XX.
Neste material, a autora reuniu princípios dos métodos sintético e analítico, sob os quais fundou a chamada “alfabetização pela imagem”. Portanto, ela utiliza a associação entre imagens e letras para a aprendizagem do alfabeto, com foco em frases simples e na valorização da memorização.
Método Paulo Freire
O pedagogo Paulo Freire foi um educador bastante famoso que desenvolveu um método próprio de alfabetização, especialmente para adultos. Em suma, o autor propunha a valorização dos conhecimentos dos estudantes para o alcance da capacidade de ler e escrever.
Além disso, Freire defendia que a atividade alfabetizadora deveria ser crítica, emancipatória e libertadora. Isso deveria ocorrer por meio da utilização de palavras significativas do cotidiano dos alunos que os fizessem questionar a sua consciência de classe e o seu papel na sociedade.
Qual é o melhor método alfabetizador?
Não existe um modelo perfeito para ensinar a ler e a escrever. Logo, o melhor método é aquele que atende às necessidades da criança e às suas condições sociais, psicológicas e intelectuais, além da disponibilidade de recursos materiais e humanos pela escola. Inclusive, é perfeitamente possível combinar características desses métodos em uma prática híbrida que mescle o foco nas unidades gráficas, nas sonoras e no significado dos textos.
Além disso, saiba que a família tem um papel fundamental no letramento dos filhos ao estimulá-los e criar um ambiente de aprendizagem propício. Nesse sentido, atividades como leitura conjunta de livros infantis, musicalização e contação de histórias podem auxiliar significativamente o desempenho dos seus filhos.
Por fim, caso você esteja procurando uma escola de educação infantil para os seus filhos, busque conhecer qual o método de alfabetização empregado e reflita se ele é condizente com as características das crianças. Assim, esse processo de aprendizagem será mais fácil e natural – aspecto bastante praticado pelos pedagogos da Milênio Reforço Escolar.
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