Sono e estudo: qual é o horário ideal para o início da aula?

sono e estudo

Um dos debates que mais causa controvérsia entre os educadores é sobre a relação entre o sono e estudo. Especificamente, sobre qual seria o melhor horário para se iniciar o dia letivo. De fato, essa é uma discussão fundamental para o desenvolvimento da criança e do adolescente.

Neste artigo, você verá o que a ciência afirma sobre esse tema, quais são os efeitos da falta de sono, qual é a importância de escolher uma escola com o horário apropriado, como algumas iniciativas pioneiras estão lidando com essa questão e também as maneiras para otimizar o sono dos seus filhos. Logo, continue com a leitura para descobrir.

Sono e estudo: o que dizem as pesquisas

Primeiramente, a quantidade necessária de horas de sono para o bom funcionamento do corpo e da mente humana varia de acordo com a faixa etária do indivíduo. A ciência atesta que cada um tem o seu próprio ciclo de sono (baseado no ritmo circadiano), com características formadas por fatores genéticos e ambientais. Assim, existem pessoas que são mais matutinas e outras mais vespertinas.

Em grande parte das escolas brasileiras, a primeira aula do dia se inicia às 7h. Então, a maioria dos alunos acorda a partir das 5h. Para que eles tenham um ciclo adequado de sono, eles teriam de ir dormir no dia anterior no máximo às 21h. Porém, essa não é a realidade do estudante brasileiro. Certamente, ele tem o hábito de ver televisão e de ficar no celular ou no computador antes de dormir, o que normalmente acontece mais tarde do que o esperado.

Segundo a Academia Americana de Medicina do Sono, pessoas que têm entre 13 e 18 anos deveriam dormir por volta de 8 a 10 horas por noite. Contudo, a faixa etária da adolescência tem o ritmo circadiano mais tardio, além do fato de terem de dormir (assim como as crianças) mais tempo do que os adultos. Ao combinarmos esse fator biológico com as distrações digitais, podemos perceber uma grande ameaça à aprendizagem dos estudantes e o desequilíbrio entre sono e estudo.

A saber, este quadro também se repete no ensino superior. De acordo com pesquisa recente publicada pela revista Nature Human Behavior, os universitários que têm aulas antes das 9h possuem uma maior tendência de reduzir a sua frequência na faculdade, de ter uma performance acadêmica sofrível e de não absorver devidamente o conteúdo ensinado.

Efeitos adversos da falta de sono

Adiante, o aluno que não dorme o suficiente na noite anterior à aula na escola poderá sofrer as seguintes consequências:

  • sonolência durante a aula;
  • dificuldade de concentração;
  • falta de memória;
  • incapacidade de raciocinar;
  • dificuldade de prestar atenção no professor;
  • notas baixas;
  • doenças graves a longo prazo (depressão, obesidade e diabetes).

Então, a relação entre a quantidade de sono necessária e a capacidade cognitiva do estudante é evidente. Desse modo, uma noite bem dormida é capaz de recuperar as energias, gerar mais disposição, aumentar a qualidade de vida e potencializar a aprendizagem do estudante.

O dilema entre sono e estudo começa pela escolha da escola

Como dissemos anteriormente, a maioria das escolas brasileiras inicia o dia letivo a partir das 7h. Logo, ao matricular os seus filhos em alguma instituição de ensino, é importante considerar como a rotina de sono e de deslocamento funcionará para a sua família.

Idealmente, quanto mais perto a escola for da sua casa, mais horas de sono o seu filho terá à noite. Da mesma forma, o horário de início da aula impactará a hora do almoço. Inclusive, a depender da rotina escolar, o estudante terá de almoçar ou na escola, ou nos seus arredores. Sobretudo, a implementação da educação integral prevista no Novo Ensino Médio é outro desafio nesse sentido, devido ao aumento da carga horária.

Iniciativas pioneiras

Segundo a Academia Americana de Pediatria, o recomendável é que as aulas comecem a partir das 08h30, o que permitiria que os estudantes dormissem mais e tivessem um melhor rendimento em sala de aula. Esse dado é atestado ao verificarmos algumas iniciativas pioneiras, como uma lei americana na Califórnia que incentiva o início tardio das atividades escolares.

Os resultados obtidos nessa empreitada abarcaram notas melhores, menor índice de reprovação e redução da evasão escolar. Além disso, uma flexibilização dos horários escolares traria benefícios para a cidade em termos de economia e de melhora no trânsito.

No Brasil, um dos maiores pesquisadores da relação entre sono e estudo é o neurocientista Fernando Louzada, da Universidade Federal do Paraná. Para solucionar esse tema, o pesquisador sugere a adoção de um modelo flexível de carga horária. Nesse sentido, o dia letivo teria três horas fixas para todos os alunos (de 09-12h) e duas horas variantes (de 07-09h para os estudantes mais matutinos e de 13-15h para quem prefere acordar mais tarde).

Maneiras de otimizar o sono

Em todos os formatos disponíveis de horário letivo, as famílias podem ajudar a melhorar o sono das crianças e dos adolescentes com algumas práticas, como você pode conferir a seguir.

1) Disciplina

O horário de ir dormir é uma questão essencialmente de hábito e de rotina. Assim, cabe aos pais e às mães terem a responsabilidade de conscientizar os filhos sobre a importância do sono.

Assim, isso significa estabelecer uma hora definida para ir dormir e para acordar, mesmo nos finais de semana. Esse aspecto é ainda mais importante pelo fato de que crianças e adolescentes liberam o hormônio do crescimento enquanto dormem.

2) Cuidado com a tecnologia

Como o celular, a televisão, o computador e o videogame são os grandes inimigos do sono na hora ideal, é indispensável orientá-los a não utilizá-los a partir de 1h antes de irem dormir.

Essa é uma prática bastante difícil, mas necessária. Inclusive, ignorá-la pode desencadear no organismo distúrbios do sono, a exemplo da insônia.

3) Alimentação

Evite que os seus filhos façam refeições pesadas no período da noite, pois isso atrapalhará o sono. Então, privilegie refeições leves, de fácil digestão e dispense o consumo de bebidas energéticas ou com cafeína nesse horário.

A saber, esta relação é uma “via de mão dupla”: quanto menos horas efetivamente dormidas, maior será o seu apetite e a sua tendência à obesidade. Logo, é importante que a conexão entre sono e alimentação seja equilibrada para não prejudicar o corpo humano.

4) Quarto adequado

Ademais, um sono bom em um lugar adequado trará vários benefícios como a melhora da imunidade, a correta produção de hormônios e o fortalecimento da memória.

Para otimizar a qualidade do sono das crianças e adolescentes, é importante ter uma cama confortável, em um quarto arejado, de iluminação apropriada e sem ruídos desnecessários.

5) Exercícios físicos

Incentive os seus filhos a praticarem esportes e outros exercícios físicos. Sobretudo, a prática da atividade física melhora a qualidade do sono e faz com que eles tenham uma melhor postura ao deitar.

Entretanto, é importante apontar que o exercício físico não pode ocorrer próximo ao horário de sono, sob o risco de dificultar o processo de adormecimento.

Por fim, você conferiu neste artigo que sono e estudo estão intimamente ligados, pois a aprendizagem escolar depende de uma boa noite dormida. O horário de entrada na escola é um aspecto decisivo ao qual as famílias têm de se atentar.

Logo, reflita bastante sobre o assunto e organize um arranjo no qual os seus filhos consigam estudar de forma saudável e equilibrada, preferencialmente descansados da noite anterior.

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