Um tema bastante importante para a geografia e a sociologia é o debate sobre as teorias demográficas. Inclusive, ele é um assunto que cai frequentemente nas provas e nos vestibulares.
Neste artigo, você vai conhecer melhor a ciência demográfica e também as suas cinco principais interpretações teóricas ao longo da história. Assim, prossiga com a leitura para conferir.
Teorias demográficas: uma introdução
A demografia é o ramo do conhecimento que analisa os conjuntos de populações humanas a partir de cálculos estatísticos e de conceitos que possam auxiliar a compreender o seu comportamento. Dentro desse segmento, um dos principais objetos de investigação é o índice de crescimento populacional.
O impacto do aumento ou da diminuição de uma população para um país e a humanidade é um tema que historicamente gera controvérsias. Existem várias correntes de pensamento que interpretaram esse assunto, sob diferentes óticas. A seguir, você vai conhecer as 5 principais.
Malthusianismo
Thomas Robert Malthus foi um renomado economista inglês que formulou em 1798 o primeiro conceito estruturado moderno sobre o crescimento populacional e as teorias demográficas. Em sua época, a Revolução Industrial estava em franca aceleração, o que gerava um grande impacto sobre a sociedade. Para sumarizar a sua análise, ele condensou a sua argumentação em dois princípios:
1) Na história da humanidade, existiram diversos meios de controle populacional tais como as guerras, as pandemias e os desastres naturais. Na ausência desses fenômenos, a população teria a tendência de aumentar em progressão geométrica, se duplicando. Por exemplo: 2.000.000 para 4.000.000 para 8.000.000 para 16.000.000 e adiante.
2) Porém, o crescimento da população em progressão geométrica não se repetiria na produção mundial de alimentos, a qual cresceria em produção aritmética. Por exemplo: 2.000.000 para 4.000.000 para 6.000.000 para 8.000.000. Dessa maneira, a fome no mundo seria inevitável.
Além disso, Malthus apontava o problema da falta de áreas de cultivo no planeta suficientes para abastecer a população mundial. Para o economista, o ideal era que as famílias só tivessem filhos caso possuíssem um terreno capaz de prover a sua subsistência. Dessa maneira, fica evidente que o autor desconsiderava o progresso tecnológico como um fator que poderia reverter esse cenário.
Neomalthusianismo
Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os postulados malthusianos foram revisitados pelos pensadores da época. Essa corrente ganhou a alcunha de neomalthusiana dentre o grupo de teorias demográficas.
Segundo essa concepção, um país de população jovem requer um maciço investimento em educação e em saúde para contrabalancear o problema da queda na oferta de alimentos. Esse era o caso do Pós-Guerra, o qual teve uma imensa explosão demográfica, da qual os baby boomers foram o fenômeno mais famoso em um contexto de alta na expectativa de vida.
Para o neomalthusianismo, as novas formas de controle populacional como os métodos contraceptivos seriam bastante saudáveis para a humanidade. Igualmente, as campanhas de conscientização das famílias pobres seriam outros instrumentos benéficos.
Ecomalthusianismo
Existe ainda uma interpretação contemporânea que aplica os postulados de Malthus para a agenda ambiental. Nesse sentido, o crescimento desenfreado da população pressionaria a demanda por recursos naturais, o que poria em risco todo o meio ambiente.
Por outro lado, a melhor forma para reverter esse quadro seria o fortalecimento do desenvolvimento sustentável, com investimento em novas tecnologias que respeitassem a natureza.
Porém, o ecomalthusianismo tem uma grande lacuna em sua análise. Na verdade, os países mais desenvolvidos são os que mais prejudicam o meio ambiente, apesar de terem progressivamente taxas reduzidas de natalidade.
Reformismo
A corrente reformista surgiu como um contraponto às teorias demográficas de Malthus e dos seus adeptos. Segundo esse grupo, o controle espontâneo da natalidade só se desenvolveria com um real enfrentamento aos problemas sociais e econômicos de um país. A saber, a influência do pensamento marxista era notória no reformismo demográfico.
Então, nessa lógica, quanto mais a sociedade for desenvolvida e as famílias tiverem acesso a serviços de qualidade, menor seria a taxa de natalidade e quantidade de filhos por agrupamentos familiares.
Teoria da transição demográfica
Outra teoria que se opõe ao malthusianismo e aos seus adeptos é a da transição demográfica. Formulada em 1929, ela defende que o crescimento populacional se equilibra com a redução das taxas de natalidade e mortalidade de acordo com o contexto histórico e social. Segundo essa interpretação, podemos dividir a história de uma sociedade em três etapas:
- Pré-industrial: nesse estágio, a população sofreria um baixo índice de crescimento vegetativo por causa de guerras, doenças e fome generalizada.
- Transicional: com a industrialização da sociedade, aumenta o acesso à tecnologia e a saúde pública tem uma melhora significativa. Desse modo, a população passa a crescer constantemente. Ainda assim, a taxa de natalidade tende a se reduzir com o progresso tecnológico da sociedade e o planejamento familiar.
- Evoluída: aqui, atinge-se o equilíbrio demográfico com índices baixos de natalidade e de mortalidade. Esse modelo seria típico de países desenvolvidos.
Gostou deste material sobre as teorias demográficas? Então, não perca também o resumo que preparamos sobre os blocos econômicos mundiais.