Novo Acordo Ortográfico: o guia definitivo

Novo Acordo Ortográfico

O Novo Acordo Ortográfico ainda causa dúvidas em muita gente. De fato, é preciso acompanhar as suas alterações com muita atenção. Neste resumo, você vai conhecer as principais mudanças que ele estabeleceu na língua portuguesa, assim como a sua história. Então, prossiga com a leitura para descobrir.

História do Novo Acordo Ortográfico

Estabelecido em 1990, o novo acordo buscava a padronização ortográfica dos idiomas dos países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), tais como Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Timor Leste, dentre outros. Todavia, pelo estatuto assinado, cada país determinaria o prazo para a implementação das alterações.

No Brasil, ele entrou em vigor em 2009 e se tornou obrigatório em 2016. Contudo, mesmo tendo sido chancelado pela Academia Brasileira de Letras (ABL), o acordo foi objeto de uma grande polêmica entre gramáticos como Pasquale Neto, Ernani Pimentel e José Fiorin. Ademais, a sua aceitação também foi discutida no Congresso Nacional. Porém, existe a percepção de que faltou um debate suficiente entre a classe dos professores da educação básica, o que gerou uma controvérsia existente ainda hoje. Assim, confira agora as principais mudanças na norma do nosso idioma.

Hífen

Primeiramente, a regra do hífen sofreu várias alterações no Novo Acordo Ortográfico e é preciso bastante prática e estudo para decorá-las. Veja a seguir.

Utiliza-se o hífen em palavras:

  • Em que o segundo termo se inicia com H. Exemplo: super-homem, pré-história.
  • De prefixo terminado com a mesma consoante que inicia a segunda palavra. Exemplo: inter-racial.
  • Com prefixo terminado com a mesma vogal que inicia a segunda palavra. Exemplo: anti-inflamatório, micro-ondas, sobre-humano.
  • Estruturadas por justaposição, sem ideia de ligação e que formam um único significado. Exemplo: guarda-chuva, terça-feira, meio-dia.
  • Com os prefixos vice, pós, ex, além, pré, bem, recém.
  • Que tenham os prefixos CIRCUM e PAN e a segunda palavra se inicie com uma vogal ou as letras H, M e N. Exemplo: circum-navegação, pan-americanismo.

Não se utiliza o hífen em palavras:

  • Estruturadas por justaposição e que não tenham noção de composição. Exemplo: girassol, passatempo, paraquedas.
  • Com prefixo terminado em vogal e o segundo termo começando com R e S. Nesse caso, as letras devem se duplicar. Exemplo: ultrassom, neorrealismo, antissocial.
  • Que tenham prefixo terminado em vogal diferente da vogal que inicia a segunda palavra. Exemplo: infraestrutura, extraescolar, antiaéreo.
  • Com prefixo terminado em vogal e o segundo termo começando com consoante diferente de R e S. Exemplo: seminovo, semicírculo.
  • Que tenham o prefixo RE e a segunda palavra comece com E. Exemplo: reeleição, reeditar.
  • Com prefixo CO. Nesse caso, se a segunda palavra se iniciar com H, ela o perderá. Exemplo: coautor, coabitante.

Novas letras do alfabeto

Ademais, o Novo Acordo Ortográfico finalmente oficializou a entrada das letras K, W e Y no alfabeto da língua portuguesa. Assim, agora ele tem 26 letras. Podemos citar como exemplos as palavras ketchup, karaokê, yoga, yakisoba, walkie-talkie e windsurfe.

Acentuação

A saber, algumas palavras em português sofreram alteração de acentuação pela nova regra. Dessa maneira, veja quais perderam o acento agudo/circunflexo e como ficou:

  • Paroxítonas com os ditongos abertos EI e OI. Novo formato: heroico, alcateia, androide, assembleia, ideia.
  • Palavras terminadas com o hiato OO(S) ou terminação de verbo EEM. Novo formato: voo, enjoo, leem.
  • Não existe mais acento agudo quando se tem o I e o U tônicos após um ditongo decrescente (primeira vogal mais forte que a segunda). Novo formato: feiura, averigue.
  • Cai o acento diferencial nas seguintes palavras: para (verbo) e para (preposição); pelo (substantivo) e pelo (preposição); polo (substantivo) e polo (verbo e preposição – por + o). Logo, o contexto da frase ditará o significado da palavra.

Trema

Sobretudo, não existe mais trema na língua portuguesa pelo Novo Acordo Ortográfico. Assim, palavras como “linguiça” e  “bilíngue” não mais o exigem em sua grafia. Entretanto, ele continua possível em termos estrangeiros como nomes próprios. Exemplo: Müller. 

Maiúsculas e minúsculas

O Novo Acordo Ortográfico disciplinou o uso das letras maiúsculas e minúsculas no idioma. Logo, prevê-se a utilização das maiúsculas para nomes próprios (pessoas, lugares, animais), rios, estruturas geográficas, instituições, nomes de festividades, terminologia astronômica, abreviaturas e títulos de periódicos. Exemplo: Antônio, Brasília, Natal, Estadão, Júpiter, UNESCO.

Por outro lado, as letras minúsculas devem ser utilizadas ao mencionar dias da semana, estações do ano, meses, pontos cardeais e nas palavras fulano, beltrano e sicrano. Exemplo: terça-feira, janeiro, verão, oeste. 

Por fim, o Novo Acordo Ortográfico é uma temática complexa. Principalmente pelos fatos de não existir uma lógica unificadora nessas alterações e da necessidade de adequação aos idiomas dos outros países. Então, como mencionamos anteriormente, é essencial estudar com frequência as novas regras e as exceções trazidas por elas. 

Gostou deste resumo? Logo, confira também o nosso material produzido sobre o uso dos porquês. Assim, você irá aprimorar bastante a sua escrita com ele.

Compartilhe

Gostou deste conteúdo? Para contribuir com a nossa missão de produzir resumos de qualidade para os seus estudos, você pode fazer um PIX para a chave milenioescolar@gmail.com (Banco do Brasil – Philipe).