A corrente literária do naturalismo foi uma manifestação cultural de grande destaque. Neste resumo, você vai descobrir o contexto histórico do seu desenvolvimento, as suas características e os seus principais autores e obras na Europa e no Brasil. Logo, continue com a leitura para conferir.
Contexto histórico do Naturalismo
O movimento naturalista surgiu no final do século XIX, concomitantemente com a ascensão do realismo. A saber, ambas as escolas literárias apareceram como um contraponto ao paradigma anterior do romantismo (subjetivista e idealista).
Esse período histórico teve como marcas a segunda fase da revolução industrial, a consolidação das nacionalidades e ideologias na Europa, o positivismo e a crescente descoberta de invenções que transformaram o modo de vida nas cidades.
Assim, considera-se que o primeiro escritor genuinamente naturalista foi Émile Zola, o qual redigiu livros como “Thérèse Raquin” (1867) e “O Germinal” (1881). De fato, este último foi entendido como a sua obra-prima, no qual o autor aborda a vida dura dos trabalhadores de minas de carvão na França.
Características
O naturalismo busca retratar a realidade de forma fidedigna e crítica, assim como o realismo. Porém, o movimento naturalista tem um foco maior no cientificismo, no evolucionismo darwinista e na relação entre homem e natureza.
Sobretudo, esta corrente literária tem como grande mote o fatalismo das forças naturais sobre o homem e o determinismo do meio social sobre o indivíduo. Assim, os seus principais temas de interesse versam sobre assuntos polêmicos, tais como a pobreza, a morte, a doença e a sexualidade. Aqui, o homem é encarado como um ser de tendência animalesca que exibe comportamentos nocivos por meio da luta pela sobrevivência, aspecto retratado nos personagens de livros desse segmento.
A linguagem naturalista é essencialmente impessoal e objetiva. Tudo pode ser explicado pela ciência, o que faz com que seja bastante comum que existam “pontos de vista” a serem defendidos nessas obras, de maneira extremamente detalhada.
Naturalismo na Europa
Além do escritor francês Émile Zola, mencionado anteriormente, cabe ainda citar os seguintes autores europeus com tendência naturalista e suas obras de destaque:
- Eça de Queiroz – “O Crime do Padre Amaro” (1875).
- Abel Botelho – “Barão de Lavos” (1891).
- Thomas Hardy – “A Bem-Amada” (1892).
- Guy de Maupassant – “Pedro e João” (1888).
Movimento naturalista no Brasil
Por outro lado, o naturalismo brasileiro também foi bastante relevante na literatura. A saber, aquele era um momento de grandes movimentos históricos, como as transformações urbanas no Rio de Janeiro e o surto industrial capitaneado pelo Barão de Mauá. Porém, o desenvolvimento do republicanismo e o surgimento do abolicionismo não eram temas de interesse direto para essa corrente (com a ressalva de que as questões raciais eram tópicos presentes nesses livros). Ademais, confira agora os seus principais autores e obras:
- Aloísio de Azevedo – “O Mulato” (1881), “Casa de Pensão” (1884) e “O Cortiço” (1890).
- Adolfo Caminha – “A Normalista” (1893).
- Inglês de Sousa – “O Missionário” (1891).
- Raul Pompéia – “O Ateneu” (1888).
Curtiu este artigo sobre o naturalismo? Então, confira também o nosso resumo sobre o realismo na seção de literatura.