Funções da linguagem

funções da linguagem

A real compreensão de um idioma passa pelo estudo de suas funções da linguagem. A saber, esse tema é assunto frequente em vestibulares, principalmente no ENEM.

Neste resumo, você vai conferir o que são essas funções, quais são os seus componentes e também as suas seis classificações. Dessa forma, prossiga com a leitura para descobrir.

Quais são as funções da linguagem?

Um processo de comunicação envolve a transmissão de uma mensagem entre indivíduos. Assim, essa operação é mediada pela linguagem com a qual essa interação se desenvolve. Entretanto, para compreender as suas funções e o seu papel em um discurso, é importante definir todos os seus seis componentes:

1) Emissor: o indivíduo ou grupo que transmite a informação.
2) Receptor: o indivíduo ou grupo que recebe a informação.
3) Mensagem: a informação em si que é transmitida.
4) Referente ou contexto: teor e assunto da informação.
5) Canal ou contato: forma ou meio pelo qual a informação é passada.
6) Código: conjunto de signos empregados na transmissão de uma informação.

Classificação

Assim como os componentes, existem seis funções da linguagem. De antemão, cabe ressaltar que é possível que um discurso abarque mais do que uma função. Desse modo, a interpretação da informação é essencial para identificar qual deles será o predominante, o que revelará a intencionalidade do emissor. Nesse sentido, você pode conferir agora essas classificações.

Emotiva ou expressiva

Nesta função da linguagem, o emissor expressa as suas emoções e sentimentos por meio de um posicionamento pessoal e subjetivo. Sobretudo, ela é transmitida pela primeira pessoa do discurso (no singular ou no plural), ou seja, pelo seu emissor. Logo, essa classificação assume a perspectiva de quem fala ou escreve e centraliza nesse indivíduo ou grupo a operação da linguagem.

A saber, a função emotiva é comumente presente em poemas líricos, autobiografias, artigos de opinião, diários e cartas, os quais abarcam uma utilização frequente de pontos de exclamação e reticências. Veja um exemplo:

“Este inferno de amar
Este inferno de amar – como eu amo!
Quem mo pôs aqui n’alma… quem foi?
Esta chama que alenta e consome,
Que é a vida – e que a vida destrói –
Como é que se veio a atear,
Quando – ai quando se há-de ela apagar?” (“Este inferno de amar”, Almeida Garret).

Conativa ou apelativa

Dentre as diversas funções da linguagem, esta é a que tem como grande marca a sua característica persuasiva. Assim, ela tem como princípio a intenção do emissor em convencer o receptor da informação a respeito de algo.

Certamente, a função conativa é empregada em peças publicitárias, campanhas políticas e religiosas. Além disso, ela utiliza frequentemente vocativos e o modo imperativo em sua mensagem, assim como a segunda ou terceira pessoa do discurso (singular ou plural). Dessa maneira, veja um excerto de uma música que contém essa classificação:

“Veja
Não diga que a canção está perdida
Tenha em fé em Deus, tenha fé na vida
Tente outra vez
Beba
Pois a água viva ainda tá na fonte
Você tem dois pés para cruzar a ponte
Nada acabou, não não não” (“Tente outra vez” – Raul Seixas).

Fática

Adiante, esta função da linguagem se estrutura a partir da interação entre os componentes do discurso, na qual se inicia ou se interrompe um diálogo. Ou seja, o canal de comunicação é essencial para identificá-la.

Nesse sentido, ela é bastante utilizada em saudações, mensagens eletrônicas e conversas. Ademais, é possível verificar alguns aspectos típicos dessa função, tais como o uso de interjeições, onomatopeias e frases interrogativas. Podemos citar como exemplo uma hipotética pergunta de um professor em sala de aula: “Classe, vocês estão me entendendo?”

Poética

A modalidade poética é uma classificação das funções da linguagem que busca construir um discurso “estilizado” com foco na mensagem. Isso significa que aqui o emissor tem a intenção de alterar o ritmo das frases e articular de forma criativa o uso das palavras.

Essa função utiliza com regularidade figuras de linguagem e palavras em sentido conotativo. Nesse sentido, você pode encontrar a tipologia poética em poemas, letras de canções, obras em prosa, peças publicitárias e em expressões que contenham metáforas. Assim, veja a seguir um exemplo:

“Negócio
Ego
Ócio
Cio
O” (“Epitáfio para um banqueiro” – José Paulo Paes).

Referencial ou denotativa

Esta função da linguagem tem como principal objetivo informar o receptor da mensagem por meio de fatos e referências. Dessa forma, utiliza-se aqui uma comunicação denotativa, desprovida de subjetividade.

Os escritos pedagógicos, jornalísticos e científicos são os grandes representantes da função referencial. Certamente, eles têm formato impessoal e são redigidos na terceira pessoa do discurso (singular ou plural). Assim, veja agora um exemplo dessa modalidade:

“Dados da Secretaria Nacional de Renda e Cidadania (Senarc), do Ministério da Cidadania, mostram que o montante destinado ao pagamento do Auxílio Brasil teve queda de R$ 74 milhões em maio deste ano. Este é o segundo mês de redução nos recursos do benefício. De acordo com o relatório, em maio, o governo federal investiu R$ 3.829.940.066 para pagamento do Auxílio Brasil às famílias. No mês anterior, o valor repassado somou R$ 3.904.369.685” (Jornal Metrópoles).

Metalinguística

A última das funções da linguagem é a metalinguística. A saber, ela emprega a metalinguagem no discurso, ou seja, ela se refere a si própria. Nesse formato, o emissor explica o código pelo próprio código.

Dotada de um teor essencialmente explicativo, essa função é encontrada em documentários, gramáticas e dicionários. Além disso, ela também tem expressão em textos, músicas e filmes que fazem autorreferências. Por fim, veja adiante um clássico exemplo de utilização da função metalinguística na literatura:

“Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no intróito, mas no cabo: diferença radical entre este livro e o Pentateuco” (“Memórias póstumas de Brás Cubas” – Machado de Assis).

Gostou deste resumo sobre as funções da linguagem? Então, não deixe de conferir o nosso material sobre o Novo Acordo Ortográfico na língua portuguesa.

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