Cartografia

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A cartografia é a área da geografia que determina por excelência como ocorre a ocupação do espaço. Além disso, ela é presença constante em provas e vestibulares.

Neste artigo, você conhecerá tudo sobre este segmento: o conceito, o histórico, as representações, as coordenadas, as projeções e as novas tecnologias cartográficas. Desse modo, prossiga com a leitura para conferir.

Cartografia: conceito

A ciência cartográfica é a disciplina que estuda a criação de mapas e a representação dos dados geográficos da Terra em diferentes tipos de produtos. A saber, ela é importante para entender a relação espacial entre os lugares, o que influencia definitivamente aspectos como a navegação, a análise ambiental, o planejamento urbano e rural e a gestão de recursos naturais.

Sobretudo, ela pode ser dividida em duas vertentes: a analítica, que envolve a medição e a análise de dados geográficos; a temática, que se concentra na representação dos dados em mapas temáticos.

História da ciência cartográfica

De antemão, a história da cartografia se inicia com os primórdios da civilização humana, quando os povos buscavam representar a sua região em algum tipo de material. Durante a Antiguidade Clássica, pensadores, astrônomos e cosmógrafos participaram de várias expedições para esse propósito. De fato, o primeiro “atlas universal” foi produzido por Ptolomeu e data do século II d.C. A saber, ele serviria como uma das principais referências cartográficas da Idade Média nos séculos posteriores.

Outra obra de destaque utilizada no período medieval foi o Mapa T-0 de Isidoro de Sevilha (570-636 d.C). Em suma, esta representação dividia o mundo em três eixos, com base em três grandes cursos de água: o mar Mediterrâneo separava a Europa da África; o rio Nilo separava a África da Ásia; o rio Don separava a Ásia da Europa. A saber, este mapa tinha uma profunda conotação religiosa, pois destacava a cidade de Jerusalém como o seu centro e tinha como fundamentação a narrativa bíblica das viagens dos filhos de Noé.

Modernidade

Ademais, as Grandes Navegações no século XVI trouxeram novas descobertas para a ciência cartográfica, impulsionadas pela necessidade de ter a melhor referência geográfica possível para a expedição. O mapa mais célebre deste momento foi a Projeção Cilíndrica de Mercator (1512-1594), caracterizado pelo seu eurocentrismo. Desse modo, a divisão do mundo ocorre aqui entre paralelos e meridianos que se cruzam como linhas retas, os quais delimitam os diferentes países do planeta. Nesta representação, os territórios mais distantes da Linha do Equador têm o seu tamanho mais distorcido e a Europa um tamanho maior do que o real. Contudo, embora as suas proporções não fossem exatas, é justo afirmar que as formas das nações eram bastante próximas à realidade.

Posteriormente, a Revolução Científica e a Revolução Industrial nos séculos XVII e XVIII inseriram definitivamente a cartografia na modernidade. Assim, a representação dos mapas se tornava cada vez mais precisa e realista. Nesse sentido, vale a pena citar a contribuição de ferramentas como o telescópio, o cronômetro, o sextante e o teodolito para essa inovação.

Contudo, os mapas nos séculos XX e XXI tiveram a sua tecnologia progressivamente substituída. Em vez de papel, eles passaram a ser fabricados por meio da computação. Nesse sentido, você ainda verá adiante neste artigo como funcionam as novas tecnologias cartográficas.

Representações cartográficas

Sobretudo, para compreender a ciência cartográfica, é necessário lidar com ferramentas conceituais como o título, a legenda, a orientação e a escala. A saber, essas características variam de acordo com o objetivo e o público-alvo do produto.

No caso da escala, a sua importância reside na necessidade de determinar uma proporção adequada entre o espaço real e a representação gráfica. Assim, ela pode ser de dois tipos: gráfica, a qual agrega uma régua na qual cada centímetro representará uma distância específica no mapa; numérica, cuja escala é representada por uma razão determinada (por exemplo, 1:100000, na qual 1 cm no mapa equivale a 100000 cm na realidade).

Então, podemos notar que a cartografia é um ramo no qual a geografia tem um intercâmbio profundo com a matemática. A seguir, você verá as aplicações das representações nas diferentes versões cartográficas.

1) Mapa

Como dissemos anteriormente, os mapas são os elementos mais estudados pela cartografia. Em suma, um mapa é uma representação gráfica plana com escala reduzida. Desse modo, ele pode conter diversos parâmetros a depender da sua finalidade, tais como:

  • cidades, estados e países;
  • densidade populacional;
  • delimitação de áreas urbanas e rurais;
  • bacias hidrográficas;
  • biomas;
  • acidentes naturais.

Ademais, também vale a pena apontar a importância do atlas (conjunto de mapas) para o estudo da geografia, o qual proporciona uma compreensão ampla do espaço.

2) Globo

Por outro lado, o globo é uma representação cartográfica esférica com uma escala ainda mais reduzida do que a do mapa. Naturalmente, ele apresenta as áreas de todo o planeta.

3) Carta

Outro elemento utilizado pela cartografia é a carta topográfica, a qual é uma representação plana com escala de tamanho médio ou grande. Por exemplo, ela pode retratar os detalhes do mapeamento do território por meio de símbolos.

4) Croqui

O croqui é uma representação cartográfica que não possui escala nem padrão técnico. Assim, ele é geralmente utilizado para apresentar informações genéricas sobre uma determinada área.

5) Planta

Em último lugar, uma planta cartográfica é uma representação plana de escala extremamente elevada. Enfim, ela delimita espaços menores como, por exemplo, em uma planta de um apartamento em um projeto arquitetônico.

Coordenadas geográficas

Ao analisarmos um mapa-múndi, por exemplo, é importante que dominemos as suas coordenadas geográficas para que possamos determinar um ponto da superfície terrestre. Para isso, deve-se considerar dois marcos de referência.

Primeiramente, as linhas verticais denominadas “meridianos”, que variam de 0º a 180º para leste ou oeste, com o Meridiano de Greenwich como referência central. Por outro lado, temos também os paralelos, os quais são linhas horizontais que variam de 0º a 90º para norte ou sul, com a Linha do Equador como referência central.

Dessa forma, é igualmente possível determinar a diferença de fusos horários no globo terrestre. O movimento de rotação do planeta dura 24h (para percorrer 360º), no qual ele é iluminado de maneira variada pela luz do sol.

Assim, existem 24 fusos horários no mundo compostos por faixas longitudinais de 15º que representam 1h. O fuso horário de referência é o do Meridiano de Greenwich (GMT). A partir dele, deve-se acrescentar 1 hora para cada fuso a leste e reduzir 1h para cada fuso a oeste.

Entretanto, esta regra funciona como uma convenção que pode ser diferente em alguns países, os quais podem determinar os seus próprios fusos horários por meio de critérios que não são necessariamente geográficos. Temos como exemplos a existência de fusos fracionados e de “horários de verão e inverno”. No caso brasileiro, o nosso país possui por lei quatro fusos horários: GMT-2,GMT-3 (horário oficial de Brasília), GMT-4 e GMT-5.

Projeções cartográficas

Ademais, as formas de representação do planeta na cartografia são diversas e influenciam o modo como compreendemos o espaço geográfico. Nesse sentido, o formato da Terra é geóide e esférico. Logo, é natural que as projeções apresentem algum grau de distorção, como você vai conferir a seguir.

Cilíndrica

A Projeção de Mercator segue este modelo, no qual a proporção da Terra é mais exata perto do seu diâmetro (ou seja, na Linha do Equador) e distorcida nas extremidades. Aqui, o mapa é geralmente representado como um retângulo com linhas coordenadas com ângulos de 90º entre si.

Cônica

Por outro lado, a projeção cônica na cartografia tem proporções mais verossímeis nas regiões tropicais, ao passo que a área da Linha do Equador é mais distorcida. Desenvolvida pelos cartógrafos James Gall e Arno Peters, essa representação ressalta a importância dos países do hemisfério sul.

Azimutal

Enfim, a projeção azimutal representa apenas a parte terrestre que faz contato com a superfície. Dessa forma, é possível retratar os polos norte e sul de maneira mais realista.

Novas tecnologias cartográficas

Como dissemos anteriormente, a tecnologia é atualmente uma grande aliada da cartografia, a qual consegue delimitar cada vez com mais exatidão por meio de softwares os limites de um território. Podemos destacar aqui o Sistema de Informações Geográficas (SIG), que é um instrumento de pesquisa sobre a superfície terrestre composto por tecnologias como:

  • sistema de posicionamento global (GPS);
  • geoprocessamento;
  • sensoriamento remoto (imagens produzidas por satélites e fotografias aéreas).

Com essa tecnologia, é possível monitorar e demarcar territórios longínquos de difícil acesso. Por exemplo, algumas regiões na Amazônia e na fronteira do país. Igualmente, é por meio dela que os órgãos ambientais fiscalizam o desmatamento e as queimadas no território.

Por fim, é importante ressaltar que a confecção de produtos cartográficos ocorre de acordo com a visão de mundo e os conhecimentos do seu autor, o que certamente influencia a compreensão do espaço geográfico retratado. De fato, todo mapa tem alguma distorção, mesmo que mínima. Logo, eles não devem ser encarados como ferramentas neutras, objetivas e isentas de críticas quanto aos seus propósitos e critérios de representação.

Gostou deste resumo sobre cartografia? Então, confira também o nosso artigo sobre a climatologia na geografia.

Créditos das imagens:

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