A filosofia de Nietzsche foi sem dúvidas um dos marcos do pensamento filosófico ocidental moderno, principalmente pelo seu niilismo.
Neste resumo, você vai conhecer quem foi este autor, quais as suas principais obras e os conceitos mais importantes que moldaram a sua filosofia. Logo, prossiga com a leitura para conferir.
Filosofia de Nietzsche: homem e obra
Friedrich Nietzsche (1844-1900) foi um influente filósofo alemão conhecido por desafiar as ideias convencionais de moralidade, religião, cultura e verdade de seu tempo. Ele teve como principais inspirações autores como Arthur Schopenhauer, Richard Wagner e Bento de Espinosa.
Enfim, a partir de um pensamento filosófico complexo e multifacetado, a sua obra teve um impacto duradouro nas áreas da filosofia, literatura, psicologia e pensamento crítico. A saber, as suas ideias desafiadoras continuam a inspirar debates e discussões sobre a natureza da existência humana, moralidade e significado. Neste sentido, confira uma lista das suas obras de maior destaque:
- “Genealogia da moral” (1887);
- “Além do bem e do mal” (1886);
- “Assim falou Zaratustra” (1883);
- “Nascimento da tragédia” (1872);
- “Humano, demasiado humano” (1878);
- “A gaia ciência” (1882);
- “Aurora” (1881);
- “O Anticristo” (1888);
- “Ecce Homo” (1888);
- “Crepúsculo dos ídolos” (1888).
Vontade de poder ou potência
De antemão, um dos conceitos mais empregados na filosofia de Nietzsche é o da “vontade de poder”. Portanto, esta ideia seria uma força fundamental que impulsiona a vida e as ações humanas.
Em resumo, o autor acreditava que a busca pelo poder era essencial para compreender a natureza humana. Entretanto, não necessariamente em termos de dominação sobre os outros, mas como uma busca por autoafirmação e superação.
Além do bem e do mal
Ademais, Nietzsche criticou a moral tradicional baseada em conceitos absolutos de bem e mal, pois os considerava limitantes e prejudiciais ao desenvolvimento humano.
Ao contrário, o autor propôs a ideia de uma “moralidade além do bem e do mal”, onde os indivíduos criariam seus próprios valores e a sua moral com base nas experiências e perspectivas únicas.
Super-homem
Outro conceito essencial da filosofia de Nietzsche foi o de “Übermensch” (Super-homem). Desse modo, o autor imaginou o conceito de um “super-homem”, alguém capaz de transcender as convenções sociais e os padrões morais tradicionais.
Logo, este indivíduo viveria de acordo com sua própria vontade de poder e criaria novos valores. Porém, cabe apontar que o autor não defendia um ideal totalitário com este conceito. Ao contrário, segundo o pensamento de Nietzsche, o “super-homem” atuaria para superar a decadência da sociedade por meio da busca por autenticidade e autoafirmação.
Filosofia do eterno retorno
O pensamento filosófico de Nietzsche também propunha a ideia do “eterno retorno”, a qual sugeria que a vida e todas as suas ações poderiam se repetir infinitamente. Ou seja, a existência reproduziria um ciclo de criação e destruição, de alegria e sofrimento, do bem e do mal.
Portanto, essa noção exige que os indivíduos vivam suas vidas de tal maneira que estariam dispostos a repetir cada momento infinitamente e abraçar a existência sem arrependimentos.
Morte de Deus
Naturalmente, uma das declarações mais conhecidas na filosofia de Nietzsche é “Deus está morto”. Esta máxima sugeria que a sociedade moderna havia se afastado das crenças religiosas tradicionais, mas ainda não havia encontrado um substituto adequado para preencher o vazio deixado pela religião.
De fato, a crítica niilista ao legado do cristianismo foi constante na obra do autor. Para Nietzsche, a religião cristã decidiu favorecer o modelo do “escravo” que é manso e controla os seus impulsos por meio da moralidade e do conceito de “pecado”. Assim, ele defende a libertação desta metafísica e a ascensão de um indivíduo regido por uma moral baseada na vontade de potência.
Crítica à razão e à verdade
Além disso, Nietzsche foi um crítico severo da tradição filosófica ocidental, o que incluía a crença na capacidade da razão humana de descobrir uma verdade absoluta. A saber, o autor argumentou que a verdade era subjetiva e moldada pelas perspectivas individuais, e que a busca pela verdade podia ser usada para exercer poder sobre os outros.
Para isso, ele discutiu a relação entre dois instintos referentes aos deuses da mitologia grega: Apolo e Dionísio. Primeiramente, os atributos apolíneos representariam a ordem, a esperança e a harmonia, ao passo que os dionisíacos representariam a desordem, a proximidade com a natureza, a criatividade, a paixão e a embriaguez. Segundo Nietzsche, a razão filosófica e argumentativa estava excessivamente impregnada do apolismo, o que levantava a necessidade do resgate do espírito dionisíaco.
Então, pode-se perceber a influência da Tragédia Grega sobre a reflexão do autor, cujos estes dois instintos são por eles alocados na categoria do pessimismo trágico. Esta ideia diz respeito à compreensão de que a vida é composta pelo sofrimento, fato que deve ser aceito pelas pessoas. Por outro lado, existe ainda o pessimismo romântico, o qual se expressa pelos indivíduos que renunciam à sua vida.
Estética e arte
Por fim, Nietzsche valorizava a arte como uma forma de expressão vital e autêntica. Ele acreditava que a arte poderia revelar aspectos profundos da experiência humana e permitir que os indivíduos transcendessem a mediocridade do cotidiano e a irracionalidade da vida.
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