O movimento barroco foi uma manifestação cultural de grande destaque na modernidade, a qual influenciou diversos campos da produção artística.
Neste resumo, você descobrirá o contexto histórico da arte barroca, as suas características, os seus expoentes e a sua presença em território brasileiro. Logo, prossiga com a leitura para conferir.
Barroco: contexto histórico
A arte barroca surgiu nos países europeus no século XVII. A saber, esta corrente cultural teve a influência da Contrarreforma Católica, a qual foi uma iniciativa da Igreja para frear o avanço das religiões protestantes. Três fatos devem ser destacados aqui:
- o Concílio de Trento (1545-1563) que reforçou os dogmas do catolicismo;
- a criação da Companhia de Jesus em 1534 e a atuação dos jesuítas na América;
- o fortalecimento da Inquisição e a perseguição aos movimentos considerados heréticos.
Neste sentido, a Contrarreforma buscou consolidar o poder e a autoridade do catolicismo também por meio do patrocínio à construção de múltiplas igrejas pelo mundo. Especificamente, de templos cada vez mais decorados com ornamentos e artigos com ouro, além de uma arquitetura com ênfase na curvatura das fachadas dos prédios e dos seus elementos religiosos.
O colonialismo moderno foi outro fator decisivo neste contexto histórico. Inclusive, essa política eclesiástica foi aplicada nas colônias de países predominantemente católicos como Portugal e a Espanha. A título de exemplo, a catequização dos indígenas e a defesa da presença da Igreja na América Latina foram processos legitimados por meio desta produção artística barroca.
Assim, a arte barroca influenciou diversos campos culturais como a pintura, a literatura, as artes plásticas, a arquitetura e a música. A religião era o principal tema retratado em suas obras, as quais eram repletas de cenas bíblicas e retratos de santos católicos. Estabeleceram-se temas como a oposição entre a razão e a fé, o teocentrismo e o antropocentrismo.
Características
De antemão, o Barroco não foi uma corrente homogênea, pois teve diferentes variações nos países em que se desenvolveu. Enfim, a etimologia desta palavra indica uma acepção depreciativa, referente a uma “pérola irregular”. Desse modo, ela foi bastante empregada por movimentos artísticos posteriores para se referir ao passado, em denúncia a uma suposta imagem extravagante e sem harmonia.
Em suma, este estilo privilegiava a riqueza dos detalhes e das formas, assim como as expressões dramáticas em seus personagens. Sobretudo, esta arte aposta na dualidade entre a luz e a sombra nas pinturas, o que é a reprodução do sentimento religioso da oposição entre o céu e o inferno. Igualmente, o contraste está presente para apontar a proximidade da humanidade com Deus.
Além disso, privilegiam-se os contornos e as curvas em contraposição às figuras geométricas. Dessa maneira, esta característica monumental e retorcida se afasta do ideal de beleza clássica e “equilibrada” típica da arte do renascimento.
A técnica da arte barroca emprega essencialmente o realismo, com objetivos autorais de expressar emoções, subjetivismos e até a morbidez. A estética desta corrente agrega diversos ornamentos e detalhes, tanto na pintura, quanto na arquitetura.
Arte holandesa
Entretanto, a arte barroca também retratou personagens laicos e cenas do cotidiano, especialmente na produção artística dos Países Baixos. Desse modo, artistas como Rembrandt e Vermeer exploraram a relação entre a luz e a sombra para criar um contraste significativo em suas produções.
Expoentes da arte barroca na Europa
- Caravaggio (1571-1610);
- Gian Lorenzo Bernini (1598-1680);
- El Greco (1541-1614);
- Andrea Pozzo (1642-1709);
- Diego Velázquez (1599-1660);
- Rembrandt (1606-1669);
- Vermeer (1632-1675);
- Antoon van Dyck (1599-1641);
- Machado de Castro (1731-1822);
- Peter Rubens (1577-1640).
Barroco no Brasil
Adiante, a arte barroca brasileira teve o seu ápice no século XVIII, com reprodução em vários estados do país (especialmente Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia). Enfim, as obras deste corrente são resultado da riqueza advinda do sistema colonial, no qual Brasil era colônia de Portugal.
Assim como na pintura barroca dos outros países, a religião católica foi o maior tema retratado nesta corrente. Do mesmo modo, a arquitetura foi outro campo de expressão deste movimento, como se pode verificar em várias igrejas e prédios públicos construídos naquele período. A presença de camadas de ouro em algumas áreas destas edificações foi outra característica marcante.
De fato, o escultor Aleijadinho (1730-1814) foi o artista barroco de maior renome no Brasil. Nesse sentido, o autor trabalhava com madeira entalhada e pedra-sabão em suas produções, como pode ser vista, por exemplo, na escultura dos Profetas no Santuário de Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas. Além disso, no campo da pintura, destacou-se o pintor mineiro Manuel da Costa Ataíde (1762-1830), o qual também tem gravuras retratadas nesse mesmo Santuário.
Por fim, ainda é possível notar o valor cultural do Barroco brasileiro em várias cidades que fizeram deste movimento cultural um propulsor para o turismo. Por exemplo, podemos citar as cidades mineiras de Ouro Preto, Congonhas e Tiradentes, que possuem igrejas e prédios com obras barrocas que pertencem ao patrimônio cultural da humanidade.
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