O estoicismo foi uma filosofia de grande impacto na Antiguidade. Igualmente, ela vem sendo ressignificada pelo pensamento contemporâneo, com base em seus ideais de disciplina e de responsabilidade pessoal.
Neste resumo, você vai conhecer a origem da filosofia estoica, os seus principais postulados e os autores de maior destaque. Assim, prossiga com a leitura para conferir.
Estoicismo: origem
A filosofia estoica surgiu em Atenas no século IV a.C. A saber, este era um período de decadência das cidades-estado gregas, que outrora foram potências regionais. Por outro lado, esse contexto também abarcou o fortalecimento e a expansão da república romana, assim como o desenvolvimento da cultura helenística.
Essa corrente teve o filósofo Zenão de Cítio (333-263 a.C) como seu fundador. Sobretudo, a palavra “estoica” deriva do termo grego “Stoa Poikile” (pórtico pintado), o qual era uma praça em que o pensador e os seus discípulos se reuniam.
Postulados
Primeiramente, o postulado central do estoicismo é a ideia de que os indivíduos devem focar naquilo que podem controlar e se desvencilhar do que não conseguem dominar. Portanto, este é o pensamento estoico conhecido como “dicotomia do controle”.
Dessa forma, ele encoraja as pessoas a aceitar o mundo como ele é, assim como a tomar responsabilidade por suas ações e ser indiferente aos acontecimentos externos (“ataraxia”). Em suma, os pensadores estoicos acreditavam que todos deveriam cultivar uma mente calma e racional, imune aos altos e baixos da vida.
Outro conceito fundamental da filosofia estoica é a defesa da virtude, considerada como o bem maior. Nesse sentido, a chave para a felicidade (“eudaimonia”) e a paz interior é a experimentação de uma vida virtuosa e conectada com a natureza. Isso significa viver uma vida sem um apego demasiado aos bens materiais e com respeito a princípios como:
- razão;
- sabedoria;
- coragem;
- justiça;
- desenvolvimento interior;
- senso de constância;
- paz;
- senso de propósito na vida.
De antemão, as ideias estoicas se diferenciam fortemente do epicurismo, filosofia iniciada por Epicuro (341-270 a.C) e disseminada neste mesmo período. A saber, este último pregava que a verdadeira liberdade só seria alcançada por meio da busca pelos prazeres da vida.
Autores
De fato, o estoicismo teve um profundo impacto no pensamento ocidental e foi adotado por diversos intelectuais ao longo da História. Em primeiro lugar, cabe mencionar a contribuição do filósofo romano Sêneca (4 a.C – 65 d.C) para essa corrente, especialmente nos campos da ética, lógica e física. Inclusive, por causa do seu prestígio, ele se tornou o principal conselheiro do imperador Nero.
Além disso, outro estoico de renome foi o imperador romano Marco Aurélio (121-180 d.C). Por exemplo, em sua obra “Meditações”, o autor reflete a respeito da natureza da vida, a importância da virtude e a inevitabilidade da morte. Em uma frase célebre, ele afirma: “você tem poder sobre a sua mente, não sobre eventos externos. Entenda isso e você achará a sua força”.
Ademais, outros filósofos que ajudaram a disseminar o pensamento estoico foram Cleantes de Assos (330-230 a.C), Crisipo de Solis (280-208 a.C), Panécio de Rodes (185-109 a.C.), Posidónio de Apameia (135-51 a.C) e Epicteto (55-135 d.C).
Por fim, a decadência do império romano no século V e o desenvolvimento do cristianismo contribuíram para que a filosofia estoica ficasse em segundo plano na discussão intelectual. Porém, é fato que ela influenciou o debate teológico cristão posterior, no final da Antiguidade e na Idade Média. Um dos exemplos desse contexto foi o pensador Agostinho de Hipona.
Sobretudo, é possível estabelecer conexões entre as ideias estoicas e o conceito cristão de Providência, o qual se baseia no princípio de uma razão universal divina (logos para os estoicos e Deus para o cristianismo).
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