MRU e MRUV (Cinemática)

A cinemática abarca dois tipos fundamentais de movimento físico: MRU e MRUV. Neste resumo, você vai conhecer os principais conceitos, fórmulas e grandezas desses movimentos. Então, continue com a leitura para conferir.

MRU e MRUV: conceitos da cinemática

O campo da cinemática na física abrange os estudos sobre o movimento dos corpos sem levar em consideração a sua origem (aspecto pertencente ao segmento da dinâmica). A saber, esses movimentos são verificados frequentemente no mundo real em fenômenos como em uma queda livre, no deslocamento dos carros ou no lançamento de um projétil.

Ademais, podemos calcular a descrição matemática desses processos e identificar grandezas como posição, velocidade e aceleração de um objeto em movimento. A seguir, você verá as suas duas principais categorias: o MRU e MRUV (Movimento Retilíneo Uniforme e Movimento Retilíneo Uniformemente Variado, respectivamente).

Movimento Retilíneo Uniforme (MRU)

Primeiramente, o MRU é um tipo de movimento no qual um objeto se desloca em uma trajetória reta com velocidade constante. Logo, isso significa que a magnitude da velocidade do objeto não muda durante o movimento. Igualmente, a direção do seu deslocamento é constante e linear.

Por exemplo, em um gráfico posição-tempo, o MRU se representa por uma linha reta com inclinação constante, o que significa que a velocidade do objeto é constante (apresentaremos esta fórmula logo adiante). Por exemplo, confira o gráfico abaixo:

Assim, perceba que como a velocidade do movimento é constante, este gráfico da velocidade em função do tempo é composto por uma linha horizontal invariável no eixo y. A título de informação, existem também outros dois tipos de gráfico no MRU: 1) ascendente com movimento progressivo, com referência na posição do observador do qual o objeto se afasta; 2) descendente com movimento regressivo, com referência na posição do observador do qual o objeto se aproxima.

Então, os três tipos de gráfico de MRU possuem como elemento comum o fato de serem retas, devido ao seu movimento uniforme. Porém, como você pode notar, o que os distingue é a inclinação das retas para posições distintas.

Deslocamento

De antemão, é essencial identificarmos a variação do espaço (também chamada de deslocamento) percorrido pelo objeto no MRU. Para realizarmos esta tarefa, basta aplicar a seguinte fórmula: Δs = s – s0.

  • Δs: variação do espaço.
  • s: posição final.
  • s0: posição inicial.

Intervalo de tempo

Além do espaço, também é importante considerar a variação do tempo (intervalo) em um MRU. Logo, ele é dado pela diferença entre os instantes final e inicial do movimento. Veja na seguinte fórmula: Δt = t – t0.

  • Δt é o intervalo de tempo transcorrido;
  • t é o instante final do movimento;
  • t0 é o instante inicial do movimento.

Sobretudo, é essencial recordar que em um movimento com velocidade constante, o intervalo de tempo não influencia o deslocamento do objeto, o qual é proporcional à velocidade constante multiplicada pelo intervalo de tempo.

Velocidade média

A velocidade média é um conceito importante para descrever o movimento de um objeto em uma trajetória. No MRU, ela é uma medida do desempenho global do objeto durante um intervalo de tempo.

A saber, a velocidade média é a razão entre o deslocamento total do objeto e o intervalo de tempo necessário para percorrê-lo. Desse modo, ela representa a taxa média de variação da posição do objeto durante o intervalo de tempo considerado. Podemos expressá-la segundo esta fórmula: vm = Δs/Δt

  • vm é a velocidade média do objeto;
  • Δs é o deslocamento total do objeto (variação do espaço);
  • Δt é o intervalo de tempo transcorrido.

Por outro lado, existe também a velocidade instantânea, a qual é a velocidade do objeto em um instante específico de tempo. Entretanto, o seu cálculo envolve grandezas e atributos que o aluno só descobrirá no ensino superior.

Funções horárias

Adiante, existem duas funções horárias principais no MRU: a que descreve a posição e outra que determina a velocidade do objeto em relação ao tempo.

Em primeiro lugar, a função horária da posição nos permite calcular a posição do objeto em qualquer instante de tempo, a partir de sua posição inicial e de sua velocidade constante. Dessa maneira, ela se manifesta na seguinte fórmula: S = S0 + vt.

  • S: posição final do objeto;
  • S0: posição inicial do objeto;
  • v: velocidade constante do objeto;
  • t: tempo de deslocamento.

Entretanto, a função horária da velocidade do objeto em referência ao tempo se calcula de acordo com esta fórmula simples: v = v0.

  • v é a velocidade do objeto em qualquer instante de tempo;
  • v0 é a velocidade inicial do objeto.

Ou seja, no MRU a velocidade do objeto é constante e invariável ao longo do tempo. Enfim, é importante ressaltar que não há aceleração no MRU. Portanto, não existe uma função horária da aceleração. Assim, ela é igual a zero nesse tipo de movimento, o que significa que a velocidade é constante e a posição varia linearmente em função do tempo.

Posição no tempo e espaço

Ademais, a posição do objeto no movimento retilíneo uniforme é definida em função do tempo e do espaço. Dessa maneira, ela representa o lugar onde o objeto se encontra na trajetória em questão em um determinado instante de tempo, ao passo que a posição do objeto no espaço representa a distância do objeto em relação a um ponto de referência.

Em outras palavras, a posição do objeto no tempo é uma grandeza escalar que indica onde o objeto está em relação ao instante inicial do movimento, enquanto a posição do objeto no espaço é uma grandeza vetorial que indica onde o objeto está em relação a um ponto de referência fixo.

Como dissemos anteriormente, a posição do objeto em função do tempo no MRU é dada pela função horária da posição. Por outro lado, a posição do objeto no espaço se mede a partir de um ponto de referência fixo, que pode ser definido arbitrariamente. Por exemplo, em um carro em movimento retilíneo uniforme em uma rodovia, a posição do carro no espaço pode ser medida a partir do marco zero da rodovia ou a partir de qualquer outra referência fixa, como uma cidade ou um ponto de referência na estrada.

Movimento Retilíneo Uniformemente Variado (MRUV)

O MRUV é um movimento onde um objeto se desloca em uma trajetória reta com aceleração constante. Dessa forma, a magnitude da sua velocidade varia uniformemente ao longo do tempo. Você pode identificar esse esquema no gráfico abaixo:

Em suma, existem três tipos de gráfico para o MRUV: 1) posição em função do tempo, representado por uma curva de parábola como na imagem acima; 2) velocidade em função do tempo, representado por retas diversas; 3) aceleração em função do tempo, representado por retas paralelas ao eixo x.

Tipos de MRUV

  • Acelerado: a velocidade e a aceleração têm o mesmo sentido (aumento da aceleração).
  • Retardado: a velocidade e a aceleração têm sentidos opostos (diminuição da aceleração).
  • Progressivo: a favor da trajetória (velocidade maior que 0).
  • Retrógrado: sentido oposto da trajetória (velocidade menor que 0).

Vale destacar que é possível classificar o deslocamento com dois tipos, a depender da característica do movimento. Por exemplo, acelerado progressivo ou acelerado retrógrado.

Funções horárias

De fato, as funções horárias são importantes no MRU e MRUV. No caso deste último, a função horária da velocidade existe pela seguinte fórmula: v = v0 + at.

  • v: velocidade do objeto em um determinado momento.
  • v0: velocidade inicial do objeto.
  • a: aceleração do objeto.
  • t: tempo transcorrido desde o início do movimento.

Enfim, essa equação expressa que a velocidade do objeto aumenta ou diminui de forma uniforme ao longo do tempo, em função da aceleração do movimento. A função horária da velocidade é muito útil para determinar a velocidade do objeto em qualquer momento do movimento. Além disso, ela também pode ser usada para calcular o tempo necessário para o objeto atingir uma determinada velocidade, ou para percorrer uma determinada distância.

Por outro lado, a função horária da posição no MRUV é dada por: s = s0 + v0t + (at²)/2.

  • s: posição do objeto em um determinado instante de tempo t.
  • s0: posição inicial do objeto.
  • v0: velocidade inicial do objeto.
  • t: tempo de deslocamento.
  • a: aceleração constante do objeto.

A saber, a função horária da posição é muito útil para determinar a posição de um objeto em qualquer instante de tempo, a partir do conhecimento da sua posição inicial, velocidade inicial e aceleração constante.

Aceleração média

Quando estudamos MRU e MRUV, a aceleração é um dos elementos que mais os distinguem. Assim, ela é constante no movimento retilíneo uniformemente variado. Portanto, a aceleração média ao longo de um intervalo de tempo é igual à aceleração instantânea em qualquer instante desse intervalo de tempo.

Nesse sentido, a fórmula da aceleração média no MRUV ocorre pela variação da velocidade dividida pela variação do tempo: a = Δv / Δt.

  • a: aceleração média do objeto no intervalo de tempo considerado.
  • Δv: variação da velocidade do objeto durante o intervalo de tempo considerado.
  • Δt: variação do tempo durante o intervalo de tempo considerado.

Equação de Torricelli

A Equação de Torricelli relaciona a velocidade final de um objeto em movimento uniformemente variado com sua aceleração e o seu deslocamento percorrido. Essa equação se dá por esta fórmula: v² = v0² + 2aΔx.

  • v: velocidade final do objeto.
  • v0: velocidade inicial do objeto.
  • a: aceleração do objeto.
  • Δx: deslocamento percorrido pelo objeto.

Desenvolvida pelo matemático Evangelista Torricelli (1608-1647), ela é aplicável principalmente para a descoberta do intervalo de tempo de um objeto no MRUV.

Gostou deste resumo sobre MRU e MRUV? Então, leia também o nosso material produzido sobre as Leis de Newton na seção de resumos de física.

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