Arte na pré-história

arte na pré-história

A produção de arte na pré-história é uma das manifestações culturais que ajudam a compreender a vida nos primórdios da humanidade.

Neste resumo, você vai conferir a cronologia e as principais características dessa corrente artística. Então, prossiga com a leitura para descobrir.

Arte na pré-história: periodização

Primeiramente, antes de debatermos sobre a produção artística, é importante estabelecermos o conceito desse período histórico. Assim, a pré-história é a era anterior ao surgimento da escrita, evento que ocorreu entre 3.500 e 3.000 a.C na Mesopotâmia.

Para verificar a história desse período, é necessária uma abordagem multidisciplinar por várias áreas, tais como a arqueologia, a paleontologia, a biologia e a antropologia. Especialmente, essas ciências ajudam a estudar os hábitos dos primeiros hominídeos do planeta. A saber, a nossa espécie homo sapiens sapiens se desenvolveu na Terra há aproximadamente 300.000 anos, ao passo que outras datam de milhões de anos atrás (como o australopithecus e o neanderthal).

Desse modo, a produção artística na pré-história se refere essencialmente às manifestações culturais de povos nômades, caçadores e ágrafos pelo mundo. Este foi um momento inicial da civilização quando os indivíduos ainda tinham dificuldades para sobreviver, para domar a natureza e se organizar socialmente.

Sobretudo, o que se entende como arte nesse momento são atividades como pinturas em cavernas, confecção de estátuas e produção de objetos ritualísticos, as quais variaram em forma e característica ao longo das regiões do planeta. Em suma, essas formas registravam o cotidiano e as crenças dos povos, tal como a ideia de conexão com a natureza e com os seus deuses cultuados. Logo, o conceito artístico pré-histórico é realista e naturalista, o que difere do ideal moderno de contemplação, abstração e reflexão.

Paleolítico

De antemão, o período paleolítico ocorreu entre 2,5 milhões de anos até 10.000 a.C. Também chamado de Idade da Pedra Lascada, ele abarca o estágio no qual os indivíduos sobreviviam à base de ferramentas forjadas a partir de pedras e também com o domínio do fogo.

Nesse sentido, a arte na pré-história paleolítica se manifesta principalmente na pintura rupestre e parietal, ou seja, nas gravuras feitas nas cavernas. Essas representações apresentavam figuras de caçadas e do cotidiano desses povos por meio de materiais como carvão, ossos, terra e sangue. Dessa forma, elas estão presentes em diversos sítios arqueológicos pelo mundo, tais como as cavernas francesas de Lascaux, Niaux e Chauvet, assim como o sítio espanhol de Altamira.

Gruta de Lascaux (17.000 anos)

Além disso, a arte paleolítica também reuniu a produção de estatuetas ligadas ao culto religioso da fertilidade, as quais retratam corpos femininos voluptuosos nus e são conhecidas como “vênus”. Por exemplo, existem estátuas desse modelo como as da Dordonha e Brassempouy na França e a de Hohle Fels na Alemanha. Todavia, a mais renomada desse período é a Vênus de Willendorf, encontrada na Áustria.

Vênus de Willendorf (25.000 anos)

Neolítico

Adiante, o período neolítico representou um enorme avanço para a civilização. Esse foi o momento da invenção da agricultura, da domesticação dos animais e da gradual sedentarização dos povos, em contraposição ao antigo nomadismo. Ocorrido entre 8.000 e 5.000 a.C, ele também é chamado de Idade da Pedra Polida. Ademais, ele também foi o estágio no qual os primeiros povos começaram a se multiplicar de forma consistente e organizar pequenas cidades.

Dessa maneira, a arte na pré-história neolítica também acompanha esse fenômeno. Com o aprimoramento das ferramentas, as primeiras sociedades começaram a fabricar objetos de cerâmica e erigir construções e monumentos megalíticos feitos com rocha, com intuito ritualístico, astronômico e religioso. Os exemplos mais clássicos são o sítio de Stonehenge na Inglaterra, o Cromeleque dos Almendres em Portugal e a Puma Punku na Bolívia.

Stonehenge (5.000 anos)

Idade dos Metais

O período da Idade dos Metais foi experienciado entre 5.000 e 3.500 a.C. Ele é assim denominado pela predominância e domínio da metalurgia no cotidiano da civilização (nesta ordem temporal: cobre, bronze e ferro).

Além disso, essa Idade marca o “desabrochar” da civilização com o surgimento de cidades médias e Estados. Por exemplo, podemos citar o desenvolvimento dos sumérios na Mesopotâmia, os quais começaram a aperfeiçoar os sistemas de escrita. Igualmente, algumas invenções como a roda e o arado agrícola foram feitas nesse período.

Assim, essa Idade é a fase de transição ou fase final da pré-história, a depender da classificação utilizada. Entretanto, quando analisamos a arte do período, é fato que ela ainda guarda algumas conexões com o paleolítico e o neolítico.

O grande diferencial da arte na pré-história da Idade dos Metais é a produção de objetos metálicos, tais como esculturas, ferramentas, utensílios e gravuras que representavam elementos ligados à guerra. Essas peças arqueológicas foram encontradas em diferentes regiões e países, como nos Bálcãs, na África Central e na China.

Peça balcânica de metal (5.000 anos)

Pré-história do Brasil

Por fim, é importante abrir um tópico especial a respeito da arte na pré-história brasileira. O nosso país também possui uma rica produção arqueológica que aponta a forma com a qual experienciávamos a cultura artística. Em suma, os principais temas retratados eram a caça, a guerra e o sexo.

Esses vestígios estão presentes em diversos sítios arqueológicos em diferentes estados. Por exemplo, podemos citar as pinturas rupestres no Parque Nacional do Catimbau em Pernambuco, nos Lajedos de Corumbá no Mato Grosso do Sul e na Serra da Capivara no Piauí, esta última considerada Patrimônio Mundial pela UNESCO.

Serra da Capivara (6.000 a 12.000 anos)

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