Figuras de linguagem

figuras de linguagem

As figuras de linguagem são ferramentas essenciais para o domínio da língua portuguesa, especialmente no que se refere à sua capacidade de transmitir uma ideia em uma oração.

Neste resumo, você vai descobrir o que são esses recursos, quais os seus principais tipos e exemplos de sua aplicação. Desse modo, prossiga com a leitura para conferir.

O que são figuras de linguagem?

Primeiramente, uma figura de linguagem é um artifício discursivo que apresenta uma maneira alternativa de se colocar uma ideia em uma oração na língua portuguesa. Assim, a sua função é garantir a fluidez na comunicação.

Dessa forma, a figura surge como um instrumento de expressão conotativa que não emprega a literalidade para a exposição da ideia. Ou seja, enfatizam-se aqui os efeitos dessa ferramenta sobre a intenção e o enunciado do discurso.

Além disso, é importante ressaltar que esse recurso cai frequentemente em provas e vestibulares como o ENEM, tanto na prova objetiva quanto na discursiva. Inclusive, recomenda-se a sua utilização pertinente para fortalecer a estrutura argumentativa da sua redação.

Quais são as suas principais categorias?

As figuras de linguagem geram efeitos decisivos sobre a ideia que se pretende comunicar. A saber, elas são divididas em quatro tipos principais, os quais você pode conferir a seguir com os seus exemplos de aplicação.

1) Sintaxe

Anacoluto

Esta figura de linguagem acontece quando há quebra da construção sintática no meio da oração, o que gera uma palavra solta na frase.

Exemplo: Paris, como é bonita essa cidade.

Hipérbato

O hipérbato é uma inversão intencional da ordem direta de termos na oração com fins estilísticos (sujeito, verbo, complemento e predicativo).

Exemplo: E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos, brilhou no céu da Pátria nesse instante.

Anáfora

Repetição intencional de um termo com fins estilísticos no início de uma oração.

Exemplo: Roda mundo, roda-gigante, roda moinho, roda pião, o tempo rodou por um instante, nas voltas do meu coração.

Polissíndeto

Repetição intencional de uma conjunção na oração para enfatizar uma ideia e conectar trechos importantes.

Exemplo: E o aluno gritava, e chorava, e esperneava em sala de aula.

Silepse

Esse recurso aparece quando a concordância (de número, gênero ou pessoa) na oração é feita de acordo com a ideia da frase e não da regra gramatical.

Exemplo: Vossa Eminência está enganado.

Pleonasmo

O pleonasmo ocorre a partir da repetição de uma ideia dentro da mesma oração. Porém, cabe lembrar que ele só é uma figura de linguagem se for feito de forma intencional. Caso contrário, torna-se um vício de linguagem e uma redundância (por exemplo, com a expressão “subir para cima”).

Exemplo: Me sorri um sorriso pontual e me beija com a boca de hortelã.

Elipse

A elipse se apresenta quando um termo é omitido na oração sem que esta perca o seu sentido. Ou seja, a compreensão ocorre de maneira subentendida e contextual.

Exemplo: Casa de ferreiro, espeto de pau.

Zeugma

A figura de linguagem conhecida como zeugma é uma espécie de elipse. Ela ocorre quando a omissão da palavra ocorre por esta já ter sido mencionada anteriormente.

Exemplo: Eles vão para Brasília; eu, para São Paulo.

Assíndeto

Ademais, temos aqui outra categoria de elipse, a qual se manifesta com a omissão de uma conjunção na oração para a construção da sentença.

Exemplo: Fui ao supermercado comprar ovos, verduras, carne, legumes.

2) Semântica

Paradoxo

Figura de linguagem na qual duas palavras de sentido oposto são empregadas de maneira irracional.

Exemplo: Ela era altruísta e egoísta ao mesmo tempo.

Antítese

Colocação de palavras de sentido oposto em uma mesma oração.

Exemplo: O bem e o mal são adversários eternos.

Metáfora

Esta figura de linguagem é empregada para estabelecer uma comparação implícita, sem a necessidade de uma conjunção comparativa.

Exemplo: Nós somos unha e carne.

Catacrese

Adiante, utiliza-se a catacrese para designar uma palavra cuja utilização está inadequada em relação ao seu sentido original.

Exemplo: O pé da cama está danificado.

Personificação

Também conhecida como prosopopeia, esta figura de linguagem expressa a representação de características humanas em termos não-humanos como objetos.

Exemplo: O sol sorriu graciosamente para a lua.

Sinestesia

Este artifício ocorre a partir da combinação de duas sensações distintas em relação à percepção do corpo humano (visão, olfato, etc).

Exemplo: Um doce som atraiu todos para aquela direção.

Metonímia

Esta é uma das figuras de linguagem mais famosas da língua portuguesa. A metonímia ocorre quando se substitui um termo conexo com outro, tal como a parte pelo todo, o efeito pela causa ou o instrumento pelo agente.

Exemplo: Nesta cidade, existem muitas pessoas sem coração.

Gradação

Ademais, a gradação existe a partir de palavras sequenciadas que buscam enfatizar uma ideia em uma oração de maneira crescente ou decrescente.

Exemplo: Mais dez, mais cem, mais mil e mais um bilião, uns cingidos de luz, outros ensanguentados.

Comparação

Figura que estabelece uma comparação entre dois termos ou ideias. Assim, ela é composta por uma conjunção comparativa.

Exemplo: Ele é forte como um leão.

Perífrase ou antonomásia

Esta figura de linguagem se concretiza com a substituição de uma palavra por sua alcunha (apelido). Quando o termo em questão se refere a coisas ou animais, temos aqui uma perífrase. Porém, caso se refira a pessoas, existirá uma antonomásia.

Exemplo: O Pai da Aviação (Santos Dumont) é um dos heróis da pátria.

3) Fonética

Onomatopeia

Sobretudo, esta figura de linguagem representa a reprodução de efeitos sonoros por meio da escrita.

Exemplo: A família inteira escutou o cocoricó das galinhas pela manhã.

Aliteração

Repetição intencional de sons consonantais em uma oração (a partir de palavras iniciadas com consoantes idênticas).

Exemplo: O rato roeu a roupa do rei de Roma.

Assonância

Repetição intencional de sons vocálicos em uma oração (a partir de palavras com vogais idênticas).

Exemplo: Na messe, que enlourece, estremece a quermesse.

Paranomásia

Utilização de palavras de grafias semelhantes com significados diferentes em uma oração com fins estilísticos.

Exemplo: O conserto do saxofone terá de acontecer antes do concerto de amanhã.

4) Pensamento

Litotes

Ademais, esta é uma figura de linguagem na qual uma afirmação é feita pela negação do contrário.

Exemplo: Roberto pode não ser um dos melhores alunos da turma, mas pelo menos é esforçado.

Apóstrofe

Artifício de interrupção de uma frase com o objetivo de invocação, interpelação ou chamamento.

Exemplo: Fiz o primeiro tratado, ó Teófilo, acerca de tudo que Jesus começou.

Hipérbole

Recurso que indica a utilização exagerada de uma ideia para causar um efeito impactante no discurso.

Exemplo: Eu estou morrendo de fome.

Ironia

A ironia é a representação da intenção de um discurso a partir de uma ideia oposta ao que se deseja expressar, em tom debochado.

Exemplo: Quem foi o gênio que estragou o meu carro?

Eufemismo

O eufemismo é uma maneira agradável de atenuar o sentido original de uma palavra ou de uma frase de teor problemático.

Exemplo: João faltou com a verdade na sala de aula.

Por fim, se você curtiu este resumo sobre as figuras de linguagem, sugerimos que confira o nosso material sobre conectivos na seção de português.

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