A corrente literária do Realismo foi uma manifestação cultural muito importante para a modernidade. Especialmente, no que diz respeito à representação dos problemas sociais nos livros.
Neste resumo, você vai conferir o contexto histórico da escola realista, as suas características, as suas expressões no Brasil e no mundo, além dos autores e das obras de maior sucesso. Assim, prossiga com a leitura para descobrir.
Contexto histórico do Realismo
O movimento realista se desenvolveu no final do século XIX e início do XX, praticamente como sucessor do Romantismo. A saber, esse foi um período de intensificação da revolução industrial e de surgimento de descobertas tecnológicas. Enfim, considera-se que o marco inicial dessa escola literária foi a publicação de “Madame Bovary”, livro de Gustave Flaubert em 1857.
Além disso, esse foi o contexto de experimentação de diversas ideologias pelo mundo, como o socialismo, o evolucionismo, o cientificismo e o positivismo. Especificamente, esse momento no Brasil coincidiu com o fim do Segundo Reinado, a abolição da escravidão e a proclamação da República.
Características
Ao contrário do estilo subjetivo da literatura romântica, o Realismo é marcado pelo discurso objetivo e crítico. Assim, privilegiou-se aqui a descrição fidedigna dos fatos nas narrativas, quase sempre expressa por meio de ironia e de crítica social. Desse modo, a literatura realista se afasta das idealizações da corrente anterior. Agora, as principais temáticas são a desigualdade social e a hipocrisia no estilo de vida das elites.
Os personagens na literatura realista representam tipos sociais. Ou seja, a sua personalidade e as suas falhas de caráter servem como crítica do autor a um segmento da população. Assim, os escritores dessa corrente promoveram a análise psicológica das pessoas retratadas em seus livros, sempre em busca de uma descrição objetiva que sustentasse a proposta do texto.
Movimento europeu
Além da obra de Gustave Flaubert, a qual questionava os valores tradicionais ligados ao matrimônio, o Realismo teve várias manifestações nos países europeus. Em Portugal, destacou-se Eça de Queiroz, que com seu livro “O crime do padre Amaro” (1880) criticou vários aspectos do cristianismo na sociedade. Igualmente, o escritor português compôs livros de renome como “O Primo Basílio” (1878) e “Os Maias” (1888).
Adiante, podemos mencionar ainda: autores realistas britânicos como Charles Dickens (“David Copperfield” – 1850), Mary Ann Evans (“Middlemarch” – 1872) e Henry James (“Retrato de Uma Senhora” – 1881); escritores russos como Liev Tolstói (“Guerra e Paz” – 1867), Fiódor Dostoiévski (“Crime e Castigo” – 1866) e Anton Tchekhov (“As Três Irmãs” – 1901); assim como o novelista francês Honoré de Balzac (“As Ilusões Perdidas” – 1839).
Realismo no Brasil
Sobretudo, como dissemos anteriormente, a escola realista brasileira foi profundamente influenciada pelo contexto de decadência do Segundo Reinado e pela luta pelo fim da escravidão. Por outro lado, também podemos apontar a crítica aos valores burgueses como uma temática constante nessa corrente. Assim, podemos citar três autores que representam esse pensamento:
1) Aluísio Azevedo, que em suas obras “O Mulato” (1881) e “O Cortiço” (1890), retratou comportamentos humanos a partir de uma análise cientificista, assim como a crítica ao racismo. A saber, a obra do autor também pode ser considerada como integrante da corrente naturalista.
2) Raul Pompéia, o qual em seu livro “O Ateneu” (1888) descreveu tipos sociais referentes à infância e à vida escolar, especialmente em referência às expectativas familiares sobre os indivíduos.
3) Visconde de Taunay, que em sua obra “Inocência” (1872) buscou descrever a vida sofrida das pessoas que habitam no sertão do estado de Mato Grosso no século XIX.
Machado de Assis
Por fim, reservamos um tópico somente para Machado de Assis (1839-1908), escritor carioca que é considerado o autor mais brilhante da história da literatura no Brasil. Fundador da Academia Brasileira de Letras, o autor compôs uma vasta bibliografia, na qual constam obras realistas de grande valor.
Machado retratou diversos temas em seus livros, majoritariamente conectados com as características sociais do cotidiano do Rio de Janeiro. Podemos citar como exemplos de temas a corrupção da sociedade burguesa, o pessimismo, a vida de aparências e os conflitos familiares.
A saber, o estilo narrativo de Machado de Assis é bastante original, marcado frequentemente por ironias, humor e metalinguagem, na qual se comunica diretamente com o seu leitor. Por outro lado, o autor também criou um perfil literário de vanguarda, com capítulos pequenos, digressões e utilização livre de sinais de pontuação.
Principais obras
- Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881);
- Quincas Borba (1886);
- Dom Casmurro (1899);
- Esaú e Jacó (1904);
- Memorial de Aires (1908).
Gostou deste resumo sobre o Realismo? Então, não deixe de conferir também o nosso material sobre o Romantismo, com seus principais autores e obras.