Vanguardas artísticas europeias

vanguardas artísticas europeias

No início do século XX, despontou um dos movimentos mais importantes da história da arte: as vanguardas artísticas europeias. A saber, a etimologia da palavra “vanguarda” remete ao termo francês avant-garde, o qual alude à ideia de “pioneiro e inovador”. Com elas, considera-se que a produção cultural adentrou a era da modernidade.

Neste resumo, você vai conferir o contexto histórico desse movimento, o seu estilo de representação e as suas seis principais correntes. Então, prossiga com a leitura para descobrir.

Vanguardas artísticas europeias: contexto histórico

Primeiramente, o final do século XIX e início do XX integraram a Segunda Revolução Industrial. Esse foi um momento de intenso progresso técnico, de inovação tecnológica e de descobertas científicas. Com novos modos de produção baseados no aço, petróleo e eletricidade, foi possível a criação de objetos como o telégrafo, o motor elétrico, o telefone, a bateria química, o rádio e a lâmpada elétrica.

Entretanto, toda essa transformação não implicou necessariamente em um ordenamento político pacífico. O choque entre as nações, o imperialismo e as revoluções do século XIX trouxeram uma grande instabilidade para o mundo, o que resultou finalmente na deflagração da Primeira Guerra Mundial em 1914.

Por outro lado, o zeitgeist europeu de otimismo científico influenciou o surgimento da Belle Époque. Esse momento histórico se refere a uma ideia de “era de ouro”, na qual o progresso técnico se refletiu na produção cultural, em todas as suas diferentes esferas. Desse modo, esse contexto histórico teve uma grande ascendência sobre os movimentos artísticos. Assim, veja a seguir como ele impactou a nascente arte moderna, principalmente na Europa.

Estilo modernista

Em suma, as vanguardas artísticas europeias pregavam o rompimento com o estilo tradicional de arte, o qual tinha como características a representação perfeita da realidade, o foco na razão e a utilização de instrumentos clássicos de composição.

Ao contrário, a arte moderna, por meio de diferentes maneiras de expressão, propunha uma renovação estética que rejeitava o realismo, substituindo-o pela subjetividade na representação. Igualmente, vale destacar que esse movimento retratava o sentimento contra o ideal de guerra bastante presente na sociedade, assim como reagia às transformações sociais e tecnológicas da civilização.

Além da pintura e da escultura, essas vanguardas também se manifestaram em segmentos como a literatura, o cinema, o teatro e a arquitetura. A saber, no Brasil, elas puderam ser claramente identificadas como inspirações para a Semana de Arte Moderna de 1922. Adiante, você conhecerá quais foram as principais correntes desse movimento e os seus artistas de destaque.

Principais vanguardas

Expressionismo

 

expressionismo
O Grito (1893) – Edvard Munch

 

A corrente expressionista surgiu na Alemanha a partir do grupo Die Brucke, o qual era composto pelos artistas Karl Schidt-Rottluff, Erich Heckel e Ernst Kirchner. O mote desse movimento era expressar por meio da arte o sentimentalismo, o subjetivismo e o pessimismo. Em resumo, eles buscaram retratar em seus trabalhos a miséria da condição humana, o que os colocava em posição contrária ao impressionismo, baseado na percepção dos sentidos.

Destacaram-se aqui a valorização da gravura, da arte primitiva, da representação subjetiva da realidade e da deformação das formas retratadas, quase sempre com traços fortes e cores vibrantes.

Podemos apontar ainda como expoente expressionista o pintor Edvard Munch. A sua obra “O Grito” (1893) foi paradigmática do sentimento que essa corrente buscava expressar. Enfim, todo o trabalho deste pintor serviu como referência aos integrantes do coletivo Die Bruck.

Fauvismo

fauvismo
Harmonia em vermelho (1908) – Henri Matisse

A corrente fauvista (ou fovista) representou com afinco o propósito das vanguardas artísticas europeias de romper com o estilo tradicional de arte. Também chamados de “feras”, os pintores fauvistas utilizavam em suas obras cores intensas e arbitrárias, com formas simples e sem compromisso com a realidade da figura retratada.

Majoritariamente franceses, os pintores de maior importância nessa corrente foram André Derain, Maurice de Vlaminck, Othon Friesz e Henri Matisse. Porém, cabe ressaltar também as influências de Vincent Van Gogh, Paul Cézanne e Paul Gauguin sobre os artistas fauvistas, em especial na utilização das cores e na espontaneidade da criação artística.

Cubismo

cubismo
Guernica (1937) – Pablo Picasso

A vanguarda cubista teve como grande foco a geometrização das formas e o afastamento da perspectiva plana. Nesse sentido, essa abordagem foi potencializada com a criação de novas técnicas de colagem e da inserção de múltiplas maneiras de utilizar as perspectivas, especialmente com o uso do humor.

Essa corrente se divide em sintética e analítica. Logo, o cubismo sintético buscou representar figurativamente os elementos em suas obras, sem se aproximar do realismo tradicional anterior. Por outro lado, a vertente analítica expressou formas extremamente desconstruídas e desordenadas.

Os pintores mais célebres do cubismo foram Georges Braque, Juan Gris, Fernand Léger e, sem sombra de dúvida, Pablo Picasso.

Futurismo

futurismo
Velocidade do automóvel (1913) – Giacomo Balla

A arte moderna também teve uma corrente que valorizou o progresso científico como tema de representação artística: a vertente futurista. Majoritariamente italiano, o futurismo expressou o dinamismo, o movimento de máquinas, a transformação violenta, a tecnologia e um ideal de progresso inevitável. Essas características foram defendidas publicamente no “Manifesto Futurista” em 1909, no qual se propunha a reforma do idioma e uma ressignificação da sociedade.

O grande expoente do futurismo foi Filippo Marinetti, autor do Manifesto. Além dele, também podemos mencionar Giacomo Balla, Umberto Boccioni, Carlo Carrà, Luigi Russolo e Gino Severini.

Dadaísmo

dadaísmo
A Fonte (1917) – Marcel Duchamp

Sobretudo, a vontade de chocar o público e de pregar o irracional por meio da liberdade de expressão podem ser identificadas com consistência na vanguarda dadaísta. O melhor exemplo da manifestação dessas características foi a exposição do objeto “A fonte”, de Marcel Duchamp. A saber, ele era um mictório de porcelana exposto como obra de arte em uma tradicional associação cultural em Nova York no ano de 1917.

Assim, os artistas dadaístas eram provocadores naturais que desejavam abolir a interpretação tradicional sobre a arte, divulgar um novo conjunto de valores e estabelecer um diferente “padrão cultural”. Em suma, os principais pintores do dadaísmo foram Tristan Tzara, Hugo Ball e Hans Arp.

Surrealismo

surrealismo
O Filho do Homem (1946) – René Magritte

Por fim, o surrealismo foi a última das vanguardas artísticas europeias. Em uma arte baseada no fantástico e na representação de sonhos, os pintores surrealistas abordaram o inconsciente em suas obras. Logo, percebe-se claramente a influência da psicanálise como prática inspiradora dessa produção cultural, em especial a autoridade dos trabalhos acadêmicos de Sigmund Freud.

Dessa forma, podemos citar como grandes autores do surrealismo os pintores Salvador Dalí, René Magritte, André Breton, Giorgio de Chirico, Max Ernst e Joan Miró.

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