O dia 7 de setembro de 1822 entrou para a história como a data da independência do Brasil frente à colonização portuguesa. Então, preparamos um resumo especial de tudo o que você precisa saber sobre esse processo histórico: os antecedentes, a chegada da família real, a separação política e as consequências. Continue a leitura para descobrir.
Antecedentes da independência do Brasil
Descoberto em 1500, o Brasil começou a ser colonizado de fato por Portugal em 1530, a partir da expedição de Martim Afonso de Sousa. A saber, até o momento da independência, se passaram praticamente três séculos de dominação, nos quais a dinâmica colônia/metrópole era constantemente posta à prova.
Isso pôde ser visto em rebeliões como a Inconfidência Mineira (1789) e a Conjuração Baiana (1798). A título de exemplo, o monopólio comercial português sobre o país, a pesada carga de impostos e a proibição de confecção de manufaturas em solo brasileiro foram elementos de controvérsia que frequentemente geravam atritos entre as partes.
Chegada da família real
Entretanto, um evento alterou significativamente a colonização e abriu caminho para a independência do Brasil. Referimo-nos à chegada da família real ao Rio de Janeiro em 1808, fugindo das tropas napoleônicas na Europa. Assim, com o Brasil como sede oficial, a estadia da Coroa portuguesa trouxe enormes benefícios para o país, especialmente em termos de crescimento econômico. O governante à época era o príncipe-regente Dom João VI (que representava a rainha Maria I). Podemos destacar as seguintes medidas como atos significativos:
- abertura dos portos brasileiros às nações amigas em 1808, o que acabava na prática com o monopólio comercial português sobre o Brasil;
- criação de faculdades;
- investimentos em educação, cultura e ciência;
- fundação do Banco do Brasil em 1808;
- tratado de comércio e navegação com a Inglaterra em 1810;
- elevação do Brasil a Reino Unido de Portugal e Algarves em 1815.
O início da ruptura
Portugal vivia sérias consequências oriundas da ocupação francesa em seu território. Em 1820, a Revolução Liberal do Porto exigiu o retorno imediato do rei Dom João VI ao país e o restabelecimento do monopólio português sobre a economia brasileira.
Pressionado por esses eventos e ameaçado de destituição, o monarca retornou a Portugal em 1821, deixando o seu filho Pedro de Alcântara como regente do Brasil. Porém, a crescente autonomia brasileira era vista como uma ameaça pelas Cortes portuguesas. Cabe recordar também, como influências, o contexto histórico da independência dos Estados Unidos e também as revoltas que ocorriam na América Latina contra a colonização espanhola.
Então, as Cortes também exigiram o retorno do príncipe Pedro a Portugal. Entretanto, as elites brasileiras demonstraram um expressivo apoio a ele, atuando para que permanecesse no Brasil, fato que se consumou oficialmente com o Dia do Fico.
Independência ou morte!
A ruptura e a independência do Brasil se tornaram cada vez mais próximas com medidas adotadas por Pedro. Podemos citar como exemplos a exigência do “cumpra-se” em maio de 1822 (obrigatoriedade de que toda decisão portuguesa sobre o Brasil fosse chancelada pelo príncipe) e a organização de uma marinha brasileira. Em seguida, no mês de junho, um movimento político bastante influenciado por José Bonifácio e pela princesa Maria Leopoldina instituiu uma Assembleia Constituinte com o objetivo de proclamar uma constituição, formulada e a ser confirmada pelos brasileiros.
Todos esses eventos foram vistos pela elite portuguesa como atos de traição. Em agosto de 1822, proclamou-se novamente na metrópole uma ordem para que o príncipe retornasse a Portugal. Igualmente, preparou-se uma retaliação por meio do envio de tropas portuguesas. Esse ultimato chegou e foi lido pela princesa Leopoldina, que convocou uma assembleia extraordinária para instituir oficialmente a independência.
Pedro se encontrava em uma viagem para São Paulo quando recebeu a mensagem da princesa e dos seus ministros, o informando da situação e pedindo a sua autorização para a separação. Isso ocorreu no dia 7 de setembro. Próximo ao riacho do Ipiranga, o príncipe teria chancelado a decisão e proferido o famoso grito “Independência ou Morte”.
Consequências
Dom Pedro I foi aclamado imperador em 12 de outubro e coroado em 1 de dezembro de 1822. Diferentemente do que pensa o imaginário popular, esse processo de independência do Brasil não foi pacífico, tendo sido marcado por uma sangrenta guerra. Províncias como o Maranhão, o Pará, a Bahia e a Cisplatina rejeitaram o movimento separatista e entraram em confronto com as tropas brasileiras leais ao imperador. Essa guerra civil se estendeu até 1824.
O Brasil foi reconhecido como nação independente primeiramente pelos Estados Unidos. Com o território totalmente assegurado em 1824, Dom Pedro I iniciou as tratativas de paz com a antiga metrópole, processo mediado pela Inglaterra. É importante relembrar que o rei de Portugal ainda era o seu pai, Dom João VI.
Em prol do estabelecimento da paz, o Brasil se comprometeu a indenizar Portugal em dois milhões de libras. Por isso, criou-se uma grave crise econômica que se estendeu por muitos anos no governo brasileiro. Além disso, esse fato contribuiu para uma crescente dependência de capital estrangeiro, principalmente o inglês, e para a precária industrialização no território. Por outro lado, cabe ressaltar que, diferentemente da independência do Haiti, o processo separatista brasileiro não defendeu o fim da escravidão no país. Outra diferença em relação à maioria dos países latinos é que o Brasil instituiu uma monarquia, ao passo que eles proclamaram repúblicas.
Por fim, Dom Pedro I governaria até 1831, período conhecido como Primeiro Reinado, até ser substituído pelo seu filho Dom Pedro II.
Se você curtiu este material sobre a independência do Brasil, sugerimos fortemente que confira também o nosso resumo sobre os Libertadores da América Latina, pois ambos fazem parte do mesmo contexto histórico.